Mark Peterson/Corbis via Getty Images / Daily Wire / Reprodução

Carlos Portugal Gouvea, professor visitante da Harvard Law School, nos Estados Unidos, foi preso em Brookline, Massachusetts, após supostamente disparar uma arma de chumbinho do lado de fora da sinagoga Temple Beth Zion, no início do Yom Kippur, o dia mais sagrado do calendário judaico.

De acordo com a polícia de Brookline, o incidente ocorreu na noite de 01 de outubro de 2025, às 21h07. Guardas de segurança que trabalhavam na sinagoga durante o feriado relataram ter ouvido dois “tiros altos” e viram Gouvea segurando o rifle de chumbinho. Ao confrontá-lo, Gouvea supostamente largou a arma, depois tentou pegá-la de volta e fugiu para sua residência próxima. A polícia chegou rapidamente, algemou-o do lado de fora de casa e o prendeu.

Gouvea, de 43 anos, foi acusado de disparo ilegal de arma de chumbinho, conduta desordeira, perturbação da paz e dano malicioso a propriedade pessoal, após a janela de um carro estacionado ser encontrada estilhaçada com um chumbinho dentro. Ele se declarou inocente durante o julgamento no Tribunal Distrital de Brookline, na quinta-feira, 02 de outubro de 2025, e foi liberado sob recognizance pessoal, aguardando uma audiência em novembro.

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Gouvea disse à polícia que estava apenas “caçando ratos” com o rifle de chumbinho. Os oficiais o advertiram sobre o “alarme que ele causou”, mas o incidente atraiu mais de uma dúzia de policiais para a sinagoga exatamente quando os serviços de Yom Kippur estavam em andamento – um momento em que comunidades judaicas em todo o mundo aumentam a segurança diante do crescente antissemitismo.

O episódio rapidamente gerou indignação nacional, amplificada nas redes sociais pela organização StopAntisemitism e outros, que enfatizaram que um professor visitante de direito de Harvard disparou tiros perto de uma sinagoga no início do Yom Kippur. Críticos destacaram o comportamento online passado de Gouvea, notando que, em 07 de outubro de 2023 – o dia em que o Hamas e civis palestinos massacraram mais de 1.200 israelenses –, ele postou “Rainy day, party time!” nas redes sociais.

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De acordo com o Daily Wire, a Harvard Law School anunciou apenas no final da sexta-feira, 03 de outubro de 2025, que Gouvea foi colocado em licença administrativa “enquanto a escola busca aprender mais sobre o assunto”. Mas isso gerou mais controvérsia. Observadores acusaram a universidade e seu jornal estudantil, The Harvard Crimson, de amenizar a história. Inicialmente, o The Harvard Crimson reportou a prisão de forma proeminente e notou o silêncio de Harvard. Mas, após a indignação crescer online, o título e o lead do artigo foram alterados para enfatizar a “licença administrativa” de Gouvea – sem declarar claramente que a licença veio apenas após a história viralizar.

Críticos alegaram que Harvard e o The Harvard Crimson coordenaram uma narrativa para minimizar o incidente, ocultando o fato de que um suposto atirador perto de uma sinagoga no Yom Kippur ainda estava ativamente lecionando na faculdade de direito até que a pressão pública forçou uma ação.

Gouvea atua como professor associado na Universidade de São Paulo, no Brasil, e dirige um think tank brasileiro sobre “justiça social e ambiental”.

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