Ascom/Anvisa/Divulgação

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, levou mais de nove meses para suspender um lote do medicamento Diazepam 5 mg, produzido pela EMS, o maior laboratório farmacêutico do país. O produto permaneceu disponível nas farmácias até setembro de 2025, apesar de um alerta da Secretaria de Saúde de Minas Gerais indicar riscos à população.

O lote em questão expirou no mesmo mês em que a Anvisa decidiu intervir. A ordem de retirada foi publicada no Diário Oficial da União em 03 de novembro de 2025. Nesse ponto, o medicamento já havia atingido o fim de seu prazo de validade, tornando a medida praticamente ineficaz.

O problema foi detectado em novembro de 2024, quando testes realizados pelo governo de Minas Gerais revelaram falta de uniformidade no conteúdo dos comprimidos. Em alguns deles, a quantidade do princípio ativo variava acima ou abaixo dos limites permitidos.

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O Diazepam serve como base para o Valium, um ansiolítico popular cuja patente expirou na década de 1980. A versão genérica fabricada pela EMS Sigma Pharma, em Hortolândia (SP), foi a única que apresentou irregularidades. Outras marcas não mostraram problemas semelhantes.

Minas Gerais determinou a suspensão do lote ainda em novembro de 2024, após o laudo técnico da Fundação Ezequiel Dias. Dois dias depois, enviou um ofício à Anvisa com os detalhes das informações.

De acordo com o Revista Oeste, a Anvisa só reagiu ao caso em setembro de 2025. Antes disso, a agência recebeu um novo laudo em março de 2025, após uma contraprova solicitada. Mesmo assim, demorou mais seis meses para publicar a suspensão oficial.

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Dezesseis dias após ordenar a suspensão do lote, o órgão revogou a medida. A justificativa apontou para uma divergência de metodologia entre os testes usados por Minas Gerais e os exigidos pelo registro do medicamento.

A EMS afirma que as análises fiscais não seguiram os métodos corretos. Por isso, a empresa sustenta que não há comprovação de falha no medicamento. A Anvisa também alegou que a contraprova, realizada com técnica reconhecida, indicou conformidade. Com isso, arquivou o processo e suspendeu qualquer medida restritiva.

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