RafahKid Kid from Rafah/Wikimedia Commons

Na segunda-feira, 24 de março de 2025, as Forças de Defesa de Israel (IDF) emitiram ordens de evacuação para quase toda a cidade de Rafah e áreas próximas, sinalizando uma iminente operação terrestre após o fim do cessar-fogo com o Hamas. A população foi orientada a se dirigir a Mawasi, na costa, onde campos de tendas foram montados, conforme anunciou o porta-voz da IDF no X: “A IDF retomará operações intensas para desmantelar as capacidades terroristas nessas áreas. Para sua segurança, dirijam-se imediatamente aos abrigos em Al Mawasi.”

O cessar-fogo com o Hamas foi encerrado no início de março, quando Israel reiniciou ataques aéreos e terrestres contra o grupo. No mesmo período, cortou suprimentos e ajuda humanitária a Gaza para pressionar o Hamas a aceitar mudanças no acordo, rejeitadas pelo grupo. Em maio de 2024, uma grande operação em Rafah devastou a cidade, com a IDF assumindo o controle do corredor estratégico na fronteira e da passagem de Rafah com o Egito — único acesso de Gaza ao exterior não dominado por Israel. Apesar de planos de retirada desse corredor no cessar-fogo, Israel recusou, alegando necessidade de bloquear contrabando de armas.

Israel condiciona o fim das operações à libertação dos 59 reféns ainda em poder do Hamas — 24 supostamente vivos —, além da desmilitarização e saída do grupo de Gaza, exigências não previstas no acordo original e rejeitadas pelo Hamas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou no domingo, 23, que Israel assumirá a segurança de Gaza pós-guerra e implementará a proposta polêmica de Donald Trump de realocar civis para outros países, vista pelos palestinos como deslocamento forçado e criticada por especialistas como violação do direito internacional. O Hamas insiste no cumprimento do cessar-fogo assinado, que previa a libertação dos reféns remanescentes por uma trégua duradoura e a retirada das tropas israelenses, com negociações previstas para fevereiro após a troca inicial de reféns por mais de mil prisioneiros palestinos.

A guerra começou em 7 de outubro de 2023, com um ataque do Hamas que matou cerca de 1.200 pessoas e sequestrou 251, a maioria já libertada. A resposta militar israelense matou mais de 50 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, sem distinção entre civis e combatentes. No auge do conflito, 90% da população de Gaza foi deslocada, muitos fugindo da região,de acordo com a Fox News.

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