Ministério das Relações Exteriores do Brasil/Wikimedia Commons

Os advogados de Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, apontaram falhas na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF), que marcou o julgamento da acusação. Em petição enviada à Corte, a defesa destacou inconsistências nas provas usadas contra Martins, especialmente um registro de entrada no Palácio da Alvorada em 19 de novembro de 2022, citado como evidência de sua presença no dia anterior. “Isso demonstra descuido com os fatos e até com a lógica básica”, afirmaram, conforme reportagem do portal Oeste publicada na quinta-feira, 27 de março de 2025.

A defesa contestou a narrativa da PGR com comprovantes do Uber que mostram que Martins não participou dos encontros mencionados. Para reforçar a tese, solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, acesso aos dados de geolocalização do celular do ex-assessor no dia em questão. “O cruzamento entre os registros do Uber e a geolocalização contradiz diretamente as alegações da acusação, revelando que a denúncia não reflete a realidade e não deve ser aceita”, argumentaram os advogados.

A PGR acusa Martins de integrar uma suposta trama golpista em 2022, apontando uma viagem a Orlando, EUA, em 30 de dezembro, com a comitiva do então presidente Jair Bolsonaro, como tentativa de fuga da Justiça. Contudo, Oeste revelou que, três meses antes de autorizar a prisão de Martins por essa viagem, Moraes já tinha dados de geolocalização indicando que ele estava no Brasil naquela data. A Polícia Federal (PF), em relatório de indiciamento, também apresentou contradições sobre o deslocamento, enfraquecendo a base da denúncia, segundo a Revista Oeste.

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