O jornal Yediot Aharonot informou na quinta-feira, 27 de março de 2025, que as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão planejando retomar o fornecimento de alimentos, combustíveis e medicamentos à Faixa de Gaza, mesmo sem avanços nas negociações para libertar reféns ou derrotar o Hamas. A decisão ocorre em meio a preocupações com violações do direito internacional, que poderiam responsabilizar tanto líderes políticos quanto comandantes militares.
Nos últimos dias, a IDF apresentou o “dimmer humanitário”, um indicador que estima quanto tempo os suprimentos de comida e energia em Gaza ainda durarão. Atualmente, calcula-se que as reservas sejam suficientes por um mês. Paralelamente, a IDF prepara um programa-piloto, possivelmente em Rafah, para supervisionar diretamente a distribuição de ajuda a civis, em coordenação com organizações internacionais. O objetivo é evitar acusações legais, garantindo que a entrega seja controlada por soldados e não beneficie diretamente o Hamas.
Durante os 43 dias de cessar-fogo encerrados em 18 de março, Israel permitiu a entrada diária de 600 caminhões de ajuda em Gaza — três vezes mais que durante os combates. No entanto, menos da metade chega aos civis: o Hamas intercepta a maior parte, usando-a para se sustentar e vender o excedente a preços altos. Apesar disso, a IDF enfatizou: “Nenhuma ajuda é transferida às mãos do Hamas”, destacando que atua sob ordens do escalão político.
Em fevereiro de 2025, o Supremo Tribunal de Israel, conhecido por sua tendência progressista, rejeitou por unanimidade uma petição de grupos de direitos humanos que exigiam o fornecimento direto de ajuda humanitária a Gaza, alegando obrigações legais internacionais e israelenses. Segundo o Arutz Sheva, o presidente da Corte, Yitzhak Amit, esclareceu que o Estado de Israel não fornece bens diretamente, mas permite sua entrada conforme instruções políticas. Após o relatório do Yediot Aharonot, a IDF reiterou que segue essas diretrizes.