O embate entre as seleções do Egito e do Irã, pela rodada final do Grupo G da Copa do Mundo de 2026, chama atenção não apenas pelo potencial de decidir classificações, mas também por uma controvérsia fora das quatro linhas. Os organizadores locais em Seattle, nos Estados Unidos, batizaram a partida como “Jogo do Orgulho LGBTQIA+”, com o intuito de promover a diversidade durante o torneio global.
A partida está agendada para 27 de junho de 2026, coincidindo com o final de semana da parada LGBTQIA+ na cidade. Essa iniciativa veio dos responsáveis locais e não possui ligação com a Fifa.
A definição do nome ocorreu antes do sorteio dos grupos, realizado na última sexta-feira, 05 de dezembro de 2025, que agrupou Egito, Irã, Bélgica e Nova Zelândia na mesma chave.
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Tanto o Egito quanto o Irã adotam posições firmes contra a homossexualidade. No Egito, relações entre pessoas do mesmo sexo podem ser punidas com base em leis de moralidade pública. No Irã, a legislação, inspirada na sharia, prevê até a pena de morte para atos homossexuais.
De acordo com o Revista Oeste, a escolha do nome “Jogo do Orgulho” provocou reações contrárias nos países envolvidos. O presidente da Federação Iraniana de Futebol, Mehdi Taj, declarou nesta terça-feira, 09 de dezembro de 2025, que se trata de uma decisão irracional que beneficia um grupo específico. Ele ainda afirmou que tanto o Irã quanto o Egito se opõem à medida, conforme a agência Isna.
A televisão estatal do Irã anunciou que o país planeja contestar a decisão junto à Fifa. No Egito, a federação local também expressou insatisfação, segundo relatos da imprensa egípcia. Embora não haja proibição explícita, o Egito costuma aplicar punições a relações homoafetivas com base em leis contra a depravação.
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Essa será a sétima aparição do Irã em Copas do Mundo. O torneio de 2026 será sediado pelos Estados Unidos, Canadá e México. Atualmente, Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980, após a crise dos reféns em Teerã, que seguiu a Revolução Islâmica.
O Irã chegou a anunciar um boicote ao sorteio dos grupos devido à recusa dos Estados Unidos em conceder vistos à delegação iraniana. No entanto, o técnico Amir Ghalenoei e um ou dois representantes compareceram ao evento.









