iStock / Israel National News / Reprodução

Em 2020, durante a administração do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, houve uma forte reação à decisão do fundo soberano da Noruega de desinvestir da gigante americana de construção Caterpillar. A medida foi tomada devido a preocupações éticas relacionadas ao uso dos equipamentos da empresa pelas autoridades de Israel em Gaza, Judea e Samaria.

De acordo com o Israel National News, o fundo de 2 trilhões de dólares, gerenciado pelo banco central da Noruega e considerado o maior do mundo, anunciou na semana passada que havia retirado seus investimentos da Caterpillar. A decisão baseou-se na avaliação do conselho de ética do fundo, que alegou que os tratores da Caterpillar foram usados para cometer “violações extensas e sistemáticas do direito humanitário internacional”, incluindo a “destruição ilegal generalizada de propriedades palestinas”. Além disso, o conselho afirmou que a Caterpillar “não implementou nenhuma medida para prevenir tal uso”. A empresa não respondeu a consultas da mídia sobre o desinvestimento.

Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA reagiu de forma contundente, afirmando que “estamos muito preocupados com a decisão do fundo soberano norueguês, que parece ser baseada em alegações ilegítimas contra a Caterpillar e o governo de Israel. Estamos nos engajando diretamente com o governo norueguês sobre este assunto”.

O senador Lindsey Graham, um aliado próximo do ex-presidente Trump e um firme apoiador de Israel, sugeriu medidas retaliatórias contra a Noruega, incluindo tarifas e restrições de visto.

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O fundo norueguês havia anunciado anteriormente, em 18 de agosto de 2020, que desinvestiria de seis empresas como parte de uma revisão ética contínua relacionada à guerra em Gaza e aos desenvolvimentos em Judea e Samaria. Na época, o fundo se recusou a nomear as empresas até que as participações fossem vendidas. O Conselho de Ética inicialmente estava analisando bancos israelenses por financiarem compromissos de construção de assentamentos israelenses na região. O anúncio de 18 de agosto veio apenas uma semana após o fundo vender participações em outras 11 empresas israelenses.

A campanha de desinvestimento está ganhando impulso na Noruega antes das eleições de 8 de setembro de 2020, com alguns partidos políticos defendendo abertamente um boicote total a todas as empresas israelenses. Apesar dos apelos de alguns parlamentares, o parlamento norueguês votou em junho de 2020 contra uma proposta de desinvestir de todas as empresas que operam no que chamam de “territórios palestinos ocupados”.

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O fundo já havia colocado na lista negra 11 empresas por auxiliar na “ocupação” de Israel, incluindo, mais recentemente, a cadeia de postos de gasolina israelense Paz e a empresa de telecomunicações israelense Bezeq.

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