O Banco Central do Brasil anunciou que não vai mais estabelecer regras específicas para operações de crédito vinculadas ao Pix.
A decisão veio a público em 04 de dezembro de 2025, durante o Fórum Pix realizado em Brasília. Além disso, a instituição proibiu o emprego da expressão “Pix Parcelado”, embora permita variações semelhantes.
De acordo com o Revista Oeste, esse recuo põe fim a meses de incertezas. Técnicos do Banco Central avaliavam desde setembro de 2025 uma proposta de padronização, que acabou adiada duas vezes. O setor esperava normas para uniformizar a apresentação do produto, esclarecer custos e definir critérios mínimos de transparência.
PUBLICIDADE
Sem essa padronização, cada banco determina suas próprias taxas, prazos e métodos de cobrança. Essa variação, de acordo com especialistas, complica a comparação e diminui a clareza para o usuário. Na prática, os juros e o custo total só são revelados nas etapas finais da contratação.
Apesar de nomes que evocam parcelamento tradicional, o serviço opera como um empréstimo integrado ao pagamento instantâneo. O lojista recebe o valor total de imediato, enquanto o cliente quita prestações com juros mensais próximos de 5%, e o custo total geralmente chega a cerca de 8% ao mês.
No evento, representantes do Banco Central afirmaram que vão monitorar o desenvolvimento das soluções no mercado, mas não forneceram detalhes sobre como será a fiscalização das novas nomenclaturas.
PUBLICIDADE
O Instituto de Defesa de Consumidores considerou a decisão prejudicial ao usuário. A entidade aponta que o mercado já disponibiliza produtos variados, sem previsibilidade de juros e sem garantias mínimas. Para o Idec, isso gera um ambiente propício a abusos e eleva o risco de endividamento.
A instituição ainda ressalta que a força da marca Pix pode incentivar decisões impulsivas, pois o sistema é percebido como seguro e amplamente adotado. Em nota, o órgão recorda que o Brasil enfrenta um cenário delicado de endividamento e que produtos de crédito sem normas claras tendem a agravar a vulnerabilidade das famílias.
