O JPMorgan Chase anunciou recentemente que intermediários financeiros estão explorando cada vez mais uma brecha considerada “ilegal” pela administração do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para acessar dados privados de consumidores. Essa situação pode gerar um conflito, já que o Bureau de Proteção Financeira do Consumidor (CFPB) dos EUA planeja reformar o setor.
Empresas de fintech, que transferem dados financeiros entre contas correntes e aplicativos financeiros, acessam informações bancárias privadas várias vezes por dia, geralmente sem que os consumidores iniciem transações. Segundo o Daily Wire, os intermediários ainda podem acessar os dados mesmo quando os aplicativos não estão em uso ou foram deletados.
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Esses intermediários têm permissão para acessar esses dados devido a uma regra de “open banking” implementada durante a era do presidente dos EUA, Joe Biden. As empresas alegam usar os dados para melhorar produtos e prevenir fraudes, mas também os coletam para venda. Os consumidores concordam com esse tipo de divulgação de dados, mas os detalhes estão escondidos nos “Termos e Condições” dos acordos dos aplicativos.
Em outubro de 2024, um grupo de bancos entrou com uma ação contra o CFPB, afirmando que a agência extrapolou sua autoridade e que a nova regra aumentaria o risco de fraudes.
Agora, o CFPB planeja reformar substancialmente a regra. Inicialmente, a agência concordou com a ação judicial, mas mudou de curso após o JPMorgan anunciar planos de cobrar dos intermediários pelo acesso aos dados dos consumidores.
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Na terça-feira, o CFPB solicitou a suspensão da ação judicial, recebendo elogios das fintechs e críticas da indústria bancária.
À luz de eventos recentes no mercado, o Bureau decidiu agora iniciar uma nova regulamentação para reconsiderar a Regra com o objetivo de revisá-la substancialmente e fornecer uma justificativa robusta”, disse o CFPB no processo. “O Bureau busca reexaminar de forma abrangente esta questão juntamente com as partes interessadas e o público em geral para chegar a uma abordagem bem fundamentada para esses problemas complexos que esteja alinhada com as preferências de política da nova liderança e aborde os defeitos na Regra inicial.
O CFPB havia inicialmente afirmado que “a Regra é ilegal e deve ser anulada”, concordando com os bancos de que a regra original extrapolava a autoridade da agência. Preocupações das fintechs com o anúncio do JPMorgan convenceram o bureau a reformular a regra em vez disso.
O JPMorgan afirmou que cobrar das fintechs pelo acesso aos dados compensaria os custos de “solicitações de dados desnecessárias”. A receita ajudaria o banco a manter a infraestrutura de solicitação de dados e lidar com o aumento de reclamações de fraude.
A proposta recebeu críticas das fintechs, que afirmam que ela poderia fechar empresas de tecnologia. Uma empresa de fintech, a Plaid, poderia incorrer em custos de US$ 300 milhões por ano com base nas propostas atuais de taxas. Em junho de 2025, a Plaid fez 1,08 bilhão de solicitações de dados ao JPMorgan, das quais apenas 6% foram iniciadas por clientes.
O JPMorgan recebeu um total de 1,89 bilhão de solicitações de dados no mesmo mês, com um total de 13% solicitadas por clientes.
Tanto o especialista em inteligência artificial White AI quanto o czar das criptomoedas David Sacks e Donald Trump Jr. criticaram o plano do JPMorgan nas redes sociais. Sacks chamou a regra de “preocupante”. Um funcionário do CFPB também disse que as taxas deveriam ser revisadas.
O CFPB ainda não disse como será a nova regra, mas a agência lançará um aviso avançado de proposta de regulamentação em três semanas, segundo o processo. O aviso servirá como ponto de partida para mais mudanças.