Israel National News / Reprodução

Em 2025, a BBC divulgou os resultados de uma investigação interna sobre um documentário polêmico sobre crianças em Gaza, reconhecendo falhas jornalísticas significativas e erros editoriais. O relatório concluiu que o programa, intitulado “Gaza: Como Sobreviver a uma Zona de Guerra?”, violou as diretrizes editoriais sobre precisão. O documentário foi removido do iPlayer em fevereiro de 2023 após ser descoberto que o narrador de 13 anos era filho de um alto funcionário do Hamas, Ayman Al-Yazouri, que atua como Vice-Ministro da Agricultura do grupo.

De acordo com o Israel National News, três membros da empresa de produção externa, Hoyo Films, estavam cientes dos laços familiares do narrador com o Hamas, mas não informaram a BBC. Embora a rede não soubesse dessa conexão no momento da transmissão, a revisão criticou a BBC por não ser “suficientemente proativa” em suas verificações editoriais. A investigação atribuiu a responsabilidade principal à Hoyo Films, mas reconheceu que a BBC também falhou em seu dever de verificar fatos-chave antes da exibição.

PUBLICIDADE

Em resposta, o Diretor-Geral da BBC, Tim Davie, prometeu fortalecer a supervisão editorial para evitar falhas semelhantes no futuro. “Estamos levando isso a sério e implementaremos mudanças para garantir que tais erros não se repitam”, disse ele em um comunicado. A Hoyo Films também emitiu uma resposta, comprometendo-se a melhorar seus processos internos de revisão para evitar problemas futuros.

A repercussão gerou críticas intensas, especialmente de autoridades israelenses. A Vice-Ministra das Relações Exteriores de Israel, Sharren Haskel, renovou seu pedido de renúncia de Davie, afirmando: “Este não é um incidente isolado, mas parte de um problema sistêmico. A BBC deve manter padrões de imparcialidade e precisão. Suas falhas repetidas apenas aprofundam a desconfiança e contribuem para o aumento do antissemitismo.”

Haskel também mencionou controvérsias anteriores envolvendo a BBC, incluindo sua cobertura durante o Festival de Glastonbury, onde ela alega que a rede transmitiu “chamados por morte contra Israel”. Ela advertiu que a continuidade de erros editoriais corre o risco de consolidar um viés institucional.

PUBLICIDADE

O jornalista independente David Collier intensificou ainda mais as preocupações, alegando que um dos produtores do documentário é um ativista palestino que celebrou publicamente os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. Ele também alegou que partes do filme foram encenadas e observou inconsistências na identidade apresentada pelo narrador infantil em aparições anteriores na mídia — incluindo uma entrevista com o Channel 4 em novembro de 2023, onde o menino supostamente usou um sobrenome diferente e identificou erroneamente seu pai.

A BBC já havia emitido um pedido de desculpas público em fevereiro de 2023 e confirmou que o documentário não retornaria às suas plataformas.

Icone Tag