Getty Images / Daily Wire / Reprodução

Em 2021, um caso criminal bizarro e perturbador ocorreu em Santa Barbara, na Califórnia, envolvendo uma jovem de 18 anos chamada Cora Vides. No Dia dos Namorados, Cora, que era aluna do último ano do ensino médio na Laguna Blanca School, convidou uma amiga de longa data para sua casa. Tudo parecia normal até que, inesperadamente, Cora declarou ser bissexual. Em seguida, ela pediu à amiga que fechasse os olhos, alegando que iria demonstrar uma nova técnica de meditação. No entanto, tratava-se de um ardil. Após contar até três, Cora começou a esfaquear a amiga no pescoço. A vítima conseguiu escapar, mas quase morreu devido à perda de sangue no hospital. Seu pulmão colapsou e ela precisou de cirurgia para reconstruir o laringe. A vítima nunca soube o motivo do ataque. Tudo o que sabia era que Cora havia enlouquecido, entrado em um estado dissociativo e a atacado violentamente.

No julgamento, Cora foi considerada culpada de tentativa de homicídio em primeiro grau. No entanto, o júri também concluiu que Cora estava insana no momento do ataque, o que poderia significar que ela não enfrentaria tempo de prisão. Em vez disso, ela passaria alguns meses em um hospital psiquiátrico, conforme funciona o sistema legal na Califórnia. Para chegar a essa decisão, o júri levou em consideração a alegação de Cora de que ela era “não-binária”, além do fato de ter sido diagnosticada com várias condições de saúde mental.

Segundo o Daily Wire, uma evidência crucial foi o uso de um anticoncepcional hormonal por Cora. O advogado de defesa, Robert Sanger, afirmou que o novo medicamento contraceptivo que Cora estava tomando era conhecido por causar “efeitos colaterais significativos”, incluindo depressão. A irmã mais velha de Cora, Maya, testemunhou que um mês antes do ataque, Cora lhe disse que estava se automutilando. Maya respondeu que também havia lutado contra o autoferimento e sugeriu que Cora experimentasse a mesma pílula contraceptiva oral que ela usava, que ajudava a equilibrar seus hormônios. Cora seguiu o conselho, mas reclamou para amigos que as pílulas a faziam se sentir ainda mais “desconectada”.

Não foram apenas os advogados de defesa que fizeram essa alegação. O Dr. Brandon Yakush, um psicólogo forense designado pelo tribunal, afirmou que o novo medicamento contraceptivo foi “um fator importante na piora de sua depressão naquele período”. Em outras palavras, o uso do anticoncepcional hormonal agravou ainda mais o estado mental já frágil de Cora. No entanto, o médico acrescentou que, até onde sabia, não havia muita literatura sobre a capacidade do controle de natalidade de afetar a mente em um nível mais profundo, além de causar depressão.

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Este é um dos motivos pelos quais casos como o de Cora raramente são discutidos. As mídias evitam noticiar histórias críticas à indústria farmacêutica, pois a Big Pharma compra mais anúncios do que qualquer outra entidade. Além disso, a narrativa “não-binária/transgênero” da história garantiu que ninguém falasse sobre isso. No entanto, ao examinar a pesquisa científica, é verdade que há poucos dados sobre os medicamentos anticoncepcionais hormonais. Eles foram massivamente prescritos sem muita investigação sobre possíveis efeitos colaterais. Isso é comum na indústria farmacêutica, como se viu com medicamentos para TDAH, ISRS, medicamentos para Alzheimer, a vacina contra a COVID-19, Ozempic, descongestionantes de venda livre, entre outros. Em todos esses casos, “drogas milagrosas” foram comercializadas e amplamente distribuídas. Anos ou até décadas depois, finalmente obtemos evidências concretas que, no mínimo, mudam drasticamente a narrativa construída pela Big Pharma em torno de um medicamento específico.

Esse momento está chegando agora para o controle de natalidade hormonal. Por gerações, mulheres que tomam esses medicamentos relataram efeitos colaterais psiquiátricos. No entanto, a natureza específica desses efeitos, além de mudanças de humor e depressão, não foi detalhada na literatura médica. Por isso, um novo estudo de pesquisadores da Universidade Rice, no Texas, publicado no jornal “Hormones and Behavior”, tem recebido muita atenção. Em resumo, os pesquisadores descobriram que os contraceptivos hormonais afetam o “processamento emocional e a memória”. Esses efeitos não foram divulgados para nenhum dos milhões de mulheres que atualmente tomam esses contraceptivos. Além disso, ninguém considerou as implicações mais amplas desses efeitos colaterais, que são significativas.

Para realizar o experimento, os pesquisadores da Universidade Rice mostraram “imagens positivas, negativas e neutras” a dois grupos: o grupo de controle, que não estava tomando controle de natalidade hormonal, e outro grupo que estava. Além de administrar um teste de memória, os pesquisadores instruíram os sujeitos do teste a aplicar várias “estratégias de regulação emocional”, incluindo “distanciamento, reinterpretação e imersão”. O resultado final, de acordo com a Universidade Rice, foi que as mulheres que tomavam contraceptivos hormonais apresentaram reações emocionais mais fortes em comparação com as mulheres que não tomavam. Quando usavam estratégias como distanciamento ou reinterpretação, lembravam-se de menos detalhes de eventos negativos, embora sua memória geral permanecesse intacta. Em outras palavras, elas podiam lembrar do evento em geral, mas não de todos os detalhes específicos.

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