O satirista político e autodeclarado liberal Bill Maher, conhecido por suas críticas ao cristianismo, gerou polêmica ao expor os assassinatos em massa de cristãos na Nigéria, onde mais cristãos são mortos do que em qualquer outro lugar do mundo.
No episódio de 26 de setembro do seu programa na HBO, “Real Time with Bill Maher”, o comediante destacou as atrocidades contra cristãos nigerianos, afirmando: “Eles mataram mais de 100.000 desde 2009. Queimaram 18.000 igrejas”, referindo-se à violência de islamistas na Nigéria, como o Boko Haram. Em seus comentários, ele criticou a mídia e os manifestantes pró-Hamas, dizendo: “Isso é muito mais uma tentativa de genocídio do que o que está acontecendo em Gaza. Onde estão as crianças protestando contra isso?” Surpreendentemente, sua plateia aplaudiu com vigor.
Suas declarações viralizaram rapidamente nas redes sociais, levando podcasts e programas de debate a destacar os assassinatos em massa.
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Bill Maher proporcionou um momento surpreendente no ar ao denunciar o massacre de cristãos na Nigéria que a mídia se recusa a cobrir.
Se você não sabe o que está acontecendo na Nigéria, suas fontes de mídia são ruins”, disse Maher.
Eu não sou cristão, mas eles são…
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Atualmente, passo a maior parte da minha vida vivendo no norte da Nigéria, onde esse genocídio está ocorrendo. Conheço de perto a realidade da violência brutal contra cristãos. Já carreguei os corpos de amigos que foram assassinados. Por isso, fiquei entusiasmado ao ver Maher usar tempo valioso no ar para destacar a horrível realidade do genocídio cristão na Nigéria.
Um dos comentários mais impactantes de Maher foi: “O fato de que esse problema não entrou no radar das pessoas é impressionante. Se você não sabe o que está acontecendo na Nigéria, suas fontes de mídia são ruins. Você está em uma bolha.” Isso leva a questionar o que Maher implica: por que mais pessoas não sabem o que está acontecendo na Nigéria?
O governo dos Estados Unidos, a mídia e até a igreja americana parecem silenciosos sobre o assunto. De fato, mais de 100.000 cristãos foram massacrados desde 2009. Até julho deste ano, mais 7.000 cristãos foram assassinados a sangue frio. Atualmente, trinta cristãos são mortos todos os dias na Nigéria, milhares de igrejas são destruídas, centenas de pastores são sequestrados e milhões de pessoas são deixadas à fome. O silêncio é ensurdecedor.
De acordo com o Daily Wire, muita atenção tem sido dada a Gaza, Ucrânia e Irã. Então, por que praticamente nenhuma atenção é dada aos milhares de cristãos assassinados todos os anos na Nigéria e às atrocidades do Boko Haram e do ISWA?
Uma possível resposta é que pode ser mais fácil enterrar a cabeça na areia do que lidar com o problema. Essa tem sido a abordagem de administrações recentes nos Estados Unidos. Em 2021, a administração Biden removeu inexplicavelmente a Nigéria da lista de “Países de Preocupação Particular” do Departamento de Estado dos EUA. Quando o Departamento de Estado divulgou seu relatório sobre liberdade religiosa no ano seguinte, a Nigéria nem foi mencionada. Escandalosamente, ao mesmo tempo, cristãos estavam sendo mortos aos milhares e o genocídio estava em pleno andamento. O presidente dos EUA, Joe Biden, até ignorou uma resolução do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA pedindo intervenção imediata na Nigéria. Com isso, um precedente foi estabelecido, e o governo dos Estados Unidos se recusou até a reconhecer que o problema existia. Ainda não se sabe se a administração Trump reconhecerá esse genocídio ou continuará a ignorá-lo.
Na mídia, há um padrão sombrio em relação a genocídios. Durante a Segunda Guerra Mundial, muitos cidadãos alemães sabiam o que estava acontecendo nos campos de extermínio. Embora alguns relatos de assassinatos em massa de judeus circulassem na mídia americana, não receberam a atenção merecida. Em vez de denunciar e investigar as alegações, a mídia americana permaneceu em grande parte silenciosa. O mesmo ocorreu com os campos de extermínio no Camboja e o genocídio em Ruanda. Durante ambos os eventos, os Estados Unidos e o mundo ficaram quietos e não fizeram nada de consequente.
Um genocídio é a tentativa deliberada e planejada de destruir um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. De acordo com a ONU, o que aprendemos da história é que genocídios podem durar décadas sem chocar a consciência do mundo. Enquanto as matanças acontecem, poucos falam. Ironicamente, quando os genocídios terminam, fazemos filmes sobre eles. É muito mais fácil lidar com as consequências do que enfrentar as atrocidades reais.
O mais vergonhoso tem sido o silêncio da igreja americana. Somos a nação mais rica e influente do mundo. Ela tem os recursos, o alcance e a influência para aumentar a conscientização e compelir a comunidade de fé a se envolver. A igreja americana tem os meios para influenciar pessoas, legisladores e a mídia, e instigá-los a agir. Infelizmente, ela seguiu o exemplo e permaneceu estranhamente quieta. A Bíblia nos ensina que é nosso dever trazer luz às coisas ocultas das trevas (Ef. 5:11-14). Se nos recusarmos, como podemos esperar que alguém mais aja?
Estou grato pelo fato de Bill Maher ter sido corajoso o suficiente para falar sobre o genocídio nigeriano, provocando uma conversa mundial. Isso mostra o que um comediante liberal e ateu, com um comentário de 47 segundos, pode fazer. Imagine o impacto se todos nós fizéssemos o mesmo.
Brad Brandon é o fundador e CEO da Across Nigeria. Desde 2018, ele tem servido ativamente em áreas de alto risco e alta perseguição, como o norte da Nigéria e outras partes da África Ocidental.
As opiniões expressas nesta peça são as do autor e não representam necessariamente as do The Daily Wire.