Nesta quarta-feira, 30 de abril de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a rede social X para compartilhar declarações antigas do atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, nas quais ele questionava a segurança das urnas eletrônicas. Em uma postagem de 2013, Dino, então deputado federal, afirmou ter presenciado no Recife “comprovação científica” de que as urnas eram “extremamente inseguras e suscetíveis a fraudes”. As críticas de Dino remontam a 2009, quando, como relator da minirreforma eleitoral (Lei 12.034/2009), defendeu o voto impresso para auditoria.
A lei, aprovada pelo Congresso, determinava que, a partir de 2014, as urnas exibissem uma confirmação visual do voto e imprimissem um identificador. Contudo, a regra foi suspensa em 2011 e declarada inconstitucional pelo STF em 2013, por risco ao sigilo do voto, decisão que Dino criticou à época. Na publicação, Bolsonaro acusou a existência de “dois pesos e duas medidas” nas investigações contra ele por questionar o sistema eleitoral, comparando suas defesas do voto impresso — apresentadas desde 2012 em projetos na Câmara — às declarações de Dino.
Bolsonaro ironizou a tese de que suas críticas, incluindo uma live de julho de 2021, configurariam uma tentativa de golpe, destacando que mais de 350 deputados, incluindo petistas, apoiaram o voto impresso ao derrubar um veto presidencial. “Se minha live é golpe, esses deputados também deveriam responder por atentado ao Estado Democrático de Direito”, escreveu, citando Dino, Leonel Brizola e Carlos Lupi como apoiadores do “papelzinho”. Ele mencionou ainda sua inelegibilidade, decretada pelo TSE por críticas às urnas em uma reunião com embaixadores em 2022.
O post surge em meio a investigações da Polícia Federal e ações no STF, que apontam Bolsonaro como articulador de uma suposta tentativa de deslegitimar o processo eleitoral brasileiro, segundo a Revista Oeste.