Agência Senado from Brasilia/Wikimedia Commons

Na quinta-feira, 5 de junho de 2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento à Polícia Federal (PF) em Brasília, no âmbito do inquérito que apura as atividades de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos. A investigação, iniciada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), examina indícios de que Jair Bolsonaro teria se beneficiado diretamente das ações de Eduardo, que buscou influenciar aliados do presidente americano Donald Trump para impor sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e interferir em processos judiciais no Brasil envolvendo o ex-presidente.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou que as iniciativas de Eduardo podem configurar crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Gonet destacou “evidências” de que o deputado tentou manipular o andamento de ações penais contra seu pai. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, autorizou a oitiva de Bolsonaro, além de outras testemunhas, incluindo diplomatas brasileiros nos EUA e parlamentares, e determinou que Eduardo também fosse ouvido, com a preservação de suas postagens nas redes sociais.

Em março de 2025, Eduardo anunciou sua licença do cargo de deputado para residir nos EUA. Recentemente, o governo Trump sinalizou a intenção de cassar vistos de estrangeiros que promovam “censura” contra cidadãos americanos, uma medida interpretada por aliados de Bolsonaro como uma resposta às ações do STF, especialmente contra Moraes. Jair Bolsonaro já é réu no STF, acusado de liderar uma organização criminosa que teria planejado um golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022, segundo a revista O Antagonista.

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