A Casa Branca dos EUA emitiu um alerta contundente em sua nova Estratégia de Segurança Nacional, afirmando que a Europa pode se tornar irreconhecível em 20 anos ou menos devido à migração em massa, o que levanta dúvidas sobre a confiabilidade futura dos aliados dos EUA no continente.
De acordo com o documento de 33 páginas divulgado na quinta-feira, “se as tendências atuais continuarem, o continente será irreconhecível em 20 anos ou menos”.
O texto acrescenta que a perspectiva real e mais grave é de “apagamento civilizacional”.
A imigração em massa tem sido um dos pontos mais explosivos na política europeia na última década, impulsionada por ondas repetidas de imigrantes do Oriente Médio, África e Sul da Ásia.
PUBLICIDADE
Uma pequena embarcação parte para o Canal da Mancha após recolher migrantes ao nascer do sol em 02 de julho de 2025, em Gravelines, na França.
Portanto, não é óbvio se certos países europeus terão economias e forças armadas fortes o suficiente para permanecerem aliados confiáveis”, afirma o documento. “Muitas dessas nações estão dobrando sua aposta no caminho atual. Queremos que a Europa permaneça europeia, recupere sua autoconfiança civilizacional e abandone seu foco fracassado na sufocação regulatória”.
O plano de segurança nacional cita políticas de migração que estão “transformando o continente e criando conflitos”, junto com “taxas de natalidade em queda” e a erosão da identidade nacional.
A Casa Branca alerta que a mudança demográfica pode ter grandes implicações para a OTAN e a segurança europeia, observando que vários Estados-membros podem se tornar “majoritariamente não europeus”. Esse cenário, argumenta o documento, poderia enfraquecer a capacidade da Europa de deter adversários e complicar os esforços dos EUA para manter a estabilidade transatlântica.
PUBLICIDADE
No longo prazo, é mais do que plausível que, em poucas décadas no máximo, certos membros da OTAN se tornem majoritariamente não europeus”, diz o documento. “Portanto, é uma questão aberta se eles verão seu lugar no mundo, ou sua aliança com os Estados Unidos, da mesma forma que aqueles que assinaram a carta da OTAN”.
O presidente dos EUA, Donald Trump, senta-se à mesa Resolute no Salão Oval. Trump tem sido um crítico constante das políticas de imigração da Europa.
O documento afirma que o declínio econômico da Europa já está em andamento, com a participação no PIB global caindo de 25% em 1990 para 14% hoje – “em parte devido a regulamentações nacionais e transnacionais que minam a criatividade e a industriosidade”.
Mas destaca que o declínio econômico é eclipsado pelo alerta mais amplo de “apagamento civilizacional”. Ele lista políticas de migração, censura, supressão política, taxas de natalidade em queda e a perda de identidade nacional como as forças que impulsionam essa trajetória.
O presidente dos EUA, Donald Trump, ecoou alertas semelhantes durante uma visita ao Reino Unido no ano passado, dizendo que a imigração em massa “destruiria a Europa” e que o continente “não vai sobreviver” a menos que os governos mudassem drasticamente de rumo.
A Casa Branca defendeu o alerta, afirmando que a Europa já sofre as consequências da imigração em massa.
De acordo com o Fox News, “os impactos devastadores da migração descontrolada e a incapacidade desses migrantes de se assimilarem não são apenas uma preocupação para o presidente Trump, mas para os próprios europeus, que cada vez mais apontam a imigração como uma de suas principais preocupações”, disse a porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, em declaração ao Fox News Digital. “Essas políticas de fronteiras abertas levaram a exemplos generalizados de violência, picos de criminalidade e mais, com impactos prejudiciais na sustentabilidade fiscal dos programas de rede de segurança social”.
Kelly afirmou que as políticas de fronteira de Trump “salvaram a América de tal destruição”, acrescentando que “outros países fariam bem em seguir o exemplo”.
A Casa Branca apontou para uma série de dados europeus para apoiar as preocupações da administração, citando estudos que mostram que a migração de asilo custa à Holanda €475.000 por migrante, a imigração ilegal custou à França €1,8 bilhão em 2023 e migrantes não ocidentais cometem uma parcela desproporcional de crimes violentos na Dinamarca e na Alemanha. A Casa Branca também referenciou uma série de ataques terroristas fatais em todo o continente realizados por migrantes.
O blueprint de 33 páginas não tem autor nomeado, mas apresenta um prefácio de Trump, que chama o documento de “roteiro para garantir que a América permaneça a nação maior e mais bem-sucedida da história humana”.
O documento faz parte de um conjunto amplo de metas de segurança nacional, no qual o presidente promete impor a Doutrina Monroe, adicionando seu próprio corolário visando expandir a influência dos EUA no Hemisfério Ocidental e combater a presença crescente de adversários.
A administração Trump afirma que um Hemisfério Ocidental “razoavelmente estável”, onde os governos trabalham juntos para combater influências estrangeiras malignas, é chave para a segurança nacional dos EUA. Para alcançar isso, a administração promete no documento “afirmar e impor um ‘Corolário Trump’ à Doutrina Monroe”.
O ex-presidente dos EUA, James Monroe, emitiu a doutrina em seu sétimo discurso anual ao Congresso em 02 de dezembro de 1823, alertando as potências europeias contra interferirem no Hemisfério Ocidental por meio de influência política ou colonização. O Escritório do Historiador dos EUA, parte do Departamento de Estado, observa que, embora as nações europeias inicialmente tenham dado pouca atenção à declaração de Monroe, ela eventualmente se tornou “um princípio de longa data da política externa dos EUA”.
Migrantes a bordo de um barco de pesca chegam ao porto de Catania, na Itália, em 2023.
Após anos de negligência, os Estados Unidos reafirmarão e imporão a Doutrina Monroe para restaurar a preeminência americana no Hemisfério Ocidental e proteger nossa pátria e nosso acesso a geografias chave em toda a região”, lê-se no documento.
Esse ‘Corolário Trump’ à Doutrina Monroe é uma restauração sensata e potente do poder e das prioridades americanas, consistente com os interesses de segurança americana”.
Rachel Wolf, do Fox News, contribuiu para este relatório.
Michael Dorgan é escritor para o Fox News Digital e Fox Business.









