Em outubro de 2015, a revista Vanity Fair publicou uma matéria sobre os programas de comédia noturna na televisão, intitulada “Host-to-Host Sensation”. A foto de capa com dez dos principais comediantes de talk shows causou grande impacto. A surpresa foi que todos os apresentadores eram homens, mas isso não era de fato surpreendente, pois, como muitos argumentam, mulheres não são tão engraçadas quanto homens. Homens, especialmente aqueles que são ignorados e desajeitados, precisam do humor para sobreviver socialmente.
No entanto, havia algo realmente chocante na foto da Vanity Fair que poucos mencionaram: todos os dez apresentadores tinham as mesmas opiniões políticas de esquerda e, eventualmente, passaram a detestar Donald Trump. Esse alinhamento ideológico não era surpreendente, dado que a maioria dos comediantes de talk shows tende a ser de esquerda. O que foi chocante foi a falta de diversidade de opinião nos programas de comédia, com as corporações optando por entreter apenas metade do público, deixando de lado os conservadores. Esse modelo de negócios, que desdenhava metade da audiência, acabou não sendo sustentável a longo prazo.
De acordo com o Daily Wire, o programa The Late Show, apresentado por Stephen Colbert na CBS, foi cancelado e sairá do ar em maio de 2026. O programa estava gerando 40 milhões de dólares a menos por ano do que os 130 milhões de dólares necessários para sua produção. Embora Colbert tivesse os melhores índices de audiência entre os apresentadores de esquerda, ele e seus colegas eram frequentemente superados por Greg Gutfeld, um libertário da Fox News, cujo programa, em uma rede de televisão a cabo, atinge cerca de metade do público das redes de TV aberta e tem custos de produção muito mais baixos.
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Colbert não era desprovido de talento. Seu programa The Colbert Report, uma sátira de comentaristas conservadores como Bill O’Reilly da Fox, era frequentemente divertido. No entanto, após assumir o comando do The Late Show em 2015, o humor de Colbert se deteriorou. Talvez fosse o grande salário, a raiva alimentada pela oposição a Trump ou a bajulação de audiências escolhidas a dedo, mas algo mudou. Piadas como “A única coisa boa que a boca de Trump serve é ser um porta-cock de Putin” podem ter parecido engraçadas para adolescentes, mas para adultos, especialmente aqueles cansados de serem insultados por milionários do show business, soavam imaturas.
No entanto, as habilidades de Colbert são irrelevantes para o ponto principal: Stephen Colbert foi prejudicial para os EUA. Não apenas por si só, mas como parte de um muro sólido de entretenimento de esquerda, ele causou mais danos do que qualquer risada poderia reparar. As ondas de rádio usadas pelas redes de televisão são um bem público, licenciado pela FCC, uma agência federal dos EUA. Se os monólogos dos programas de comédia noturna têm algum propósito mais elevado, deve ser o de nos unir, rindo à noite das políticas e paixões que nos separam durante o dia. Se você ridiculariza Barack Obama, eu estarei disposto a ver o que há de ridículo em Donald Trump. Se você faz piadas sobre Ted Cruz, talvez os esquerdistas possam encontrar algo engraçado em AOC. A comédia que aborda ambos os lados tem o poder de suavizar nossas certezas com autopercepção e humildade.
Mas, ao declarar a noite tardia uma zona de um único partido político, que tipo de camaradagem pode sua comédia produzir? Se você acredita que um político astuto como Obama é tão perfeito que não há “nenhum defeito ou gancho que você possa caricaturar”, por que eu deveria me divertir quando você martela Trump noite após noite por seus muitos pecados?
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Durante o monólogo em que anunciou o cancelamento do seu programa, Colbert virou-se para a câmera e disse ao presidente Trump: “Vá se foder”. Mas não foi isso que ele disse durante anos para os milhões de americanos que votaram em Trump, acreditando, em sua boa vontade e sabedoria, que ele era uma escolha melhor do que os candidatos apoiados por Colbert?
O que Colbert achava que sabia que lhe permitia dispensar tantos de seus compatriotas? Insultar tantas pessoas todas as noites? Desprezar e menosprezar tantos de seus compatriotas ao zombar continuamente de seus candidatos, enquanto ao mesmo tempo usava sua boca como um porta-voz de qualquer democrata mentiroso, corrupto e incompetente que aparecesse em seu programa?
Que anjo visitou Stephen em seu isolamento cultural e lhe disse que estava tudo bem para ele e para todos os seus colegas de comédia corporativa considerarem aqueles milhões de americanos como meros alvos de suas piadas? Se eles tivessem a intenção de convencer esses eleitores a mudar de lado, não teria sido mais sábio espalhar as piadas um pouco? Mas essa não era a intenção deles. Eles desprezavam esses eleitores. Eles os expulsaram da audiência. Eles enviaram uma mensagem clara: você não é digno de ser entretido.
