Ricardo Stuckert

A comitiva que acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em suas viagens à Rússia e à China, iniciadas em 6 de maio de 2025, contou com mais de 120 integrantes, incluindo ministros, assessores, técnicos, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, segundo levantamento do jornal Folha de S.Paulo. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) enviou 27 servidores, enquanto a Casa Civil mobilizou 19.

O roteiro começou em Moscou, onde Lula participou da celebração dos 80 anos da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial, um evento estratégico de Vladimir Putin para reforçar sua imagem global em meio ao conflito com a Ucrânia. A presença de Lula ao lado de líderes autoritários gerou críticas e desconforto diplomático. Em seguida, no dia 11 de maio, o presidente chegou a Pequim, onde se encontrou com Xi Jinping. Um comentário da primeira-dama, Janja da Silva, sobre os efeitos negativos do TikTok, aplicativo de uma empresa chinesa, durante a visita, causou repercussão.

O governo ainda não divulgou a prestação de contas completa dos custos da missão. Dados do portal Siga Brasil indicam R$ 122 mil em diárias para oito servidores, mas a lista de participantes segue incompleta, com autorizações publicadas sem identificação de alguns nomes, especialmente das equipes de segurança e saúde, mantidos em sigilo por razões de proteção, segundo o Planalto. Na quinta-feira, 15 de maio, o Diário Oficial listou 26 membros da comitiva em Pequim, incluindo Janja, o deputado Elmar Nascimento (União-BA), Alcolumbre, 11 ministros, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

Ministros conduziram reuniões paralelas com empresas chinesas, e um seminário da ApexBrasil atraiu promessas de R$ 27 bilhões em investimentos no Brasil, focados em combustível sustentável para aviação e infraestrutura industrial. Na área da saúde, a Eurofarma e a Sinovac anunciaram o Instituto Brasil-China para Inovação em Biotecnologia, voltado para pesquisas e produção de vacinas contra doenças infecciosas e degenerativas.

Conforme a Revista Oeste, a comitiva incluiu profissionais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e equipes de apoio, como técnicos, seguranças e especialistas em logística, que chegaram aos destinos com antecedência para organizar a estrutura da viagem. A Secom justificou a presença desses grupos, destacando seu papel essencial em segurança, saúde e suporte operacional. “Essas informações são sigilosas para proteger o presidente, conforme o Decreto nº 7.724/2012”, afirmou a pasta. As despesas principais serão custeadas pelo Itamaraty, enquanto a Presidência cobrirá custos adicionais, como taxas de aeroporto e passagens, com valores finais a serem divulgados após a conclusão da prestação de contas.

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