Agência Pará/Reprodução

A menos de dois meses da COP30, programada para ocorrer em Belém, no Pará, em novembro, o número de delegações estrangeiras confirmadas continua baixo. Até o momento, apenas 68 dos 198 países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima garantiram sua participação. Outros 46 países ainda estão em negociação.

Para tentar mitigar o impacto negativo dessa situação, o governo federal brasileiro criou uma força-tarefa emergencial. Esse grupo inclui a presidência da COP30, a secretaria extraordinária, o Ministério do Turismo e o governo do Pará. Eles estão trabalhando para oferecer um atendimento personalizado às delegações e evitar que o evento, que deve atrair cerca de 50 mil pessoas, perca relevância.

De acordo com informações de Revista Oeste, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da conferência, reconheceu os “desafios logísticos” de Belém em uma carta recente. No documento, ele pediu a participação ativa de CEOs, investidores e empreendedores, enfatizando que “ir a Belém é uma oportunidade de arregaçar as mangas, ouvir, aprender e somar-se ao espírito colaborativo do Mutirão Global”.

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No esforço para aumentar o número de participantes, o governo brasileiro lançou, em 1º de setembro de 2025, o e-Visto gratuito, válido até dezembro de 2025 e disponível para múltiplas entradas. Anteriormente, essa medida era restrita a cidadãos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália, mas agora se estende a todos os países. O secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, afirmou que a iniciativa visa garantir “condições efetivas de participação” às delegações.

Entre os países que já confirmaram presença estão Japão, Espanha, Noruega, Portugal, Arábia Saudita, Egito, República Democrática do Congo e Cingapura. Segundo o Ministério do Turismo do Brasil, as negociações de hospedagem foram realizadas diretamente com hotéis e plataformas digitais.

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Belém possui uma capacidade total de 53 mil leitos. No entanto, mais da metade desses leitos está disponível em plataformas como o Airbnb, que não são ideais para delegações oficiais. Os hotéis tradicionais oferecem pouco mais de 14,5 mil quartos. Além disso, duas embarcações com seis mil leitos devem atracar cinco dias antes do início do evento.

O principal problema identificado é o preço das acomodações. Vários países expressaram publicamente sua insatisfação com as tarifas, que variaram de R$ 6 mil a R$ 238 mil por diária. Segundo Corrêa do Lago, os preços subiram até dez vezes acima do valor normal, enquanto em outras COPs, a inflação de preços geralmente fica entre duas e três vezes.

O embaixador reconheceu o crescente descontentamento entre os países em desenvolvimento. Ele destacou que a legislação brasileira não permite o controle de preços, o que obriga o governo a negociar diretamente com a rede hoteleira. Em resposta, o governo federal destinou R$ 172 milhões para reformas emergenciais em hotéis e abriu a oferta de quartos subsidiados, com valores entre US$ 100 e US$ 200, voltados especialmente para nações de menor renda. O objetivo é evitar a desistência de delegações consideradas essenciais para as negociações climáticas.

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