Revista Oeste / Reprodução

A direção dos Correios decidiu elevar para 15 mil o total de funcionários que deixarão a estatal através do Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Essa iniciativa faz parte dos esforços para reorganizar as finanças da empresa sem depender de um empréstimo de R$ 20 bilhões, que enfrenta oposição do Tesouro Nacional.

A nova meta estabelece o desligamento de 10 mil empregados em 2026 e mais 5 mil em 2027. De acordo com estimativas internas, esse corte geraria uma economia anual de R$ 1,7 bilhão na folha de pagamentos. A estatal projeta que o retorno do investimento no PDV ocorreria em nove meses.

Os Correios veem o PDV como uma “solução ponte”, que permitiria iniciar a reestruturação mesmo sem aprovação imediata para o empréstimo.

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“O impacto financeiro do plano é relevante: economia anual de cerca de R$ 1,4 bi a partir de 2027, com retorno do investimento em aproximadamente nove meses”, comunicou a estatal.

Até agora, não houve progresso nas negociações do empréstimo. A Secretaria do Tesouro rejeitou a proposta dos bancos, que ofereciam crédito com juros de 136% do CDI. O Tesouro considera inaceitável qualquer taxa superior a 120%.

Nos bastidores, surgiu desconforto na Caixa Econômica Federal com as condições da proposta. Dirigentes da instituição argumentaram que não seria apropriado para um banco público lucrar sobre a estatal. Por isso, a Caixa não participou da primeira rodada.

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Agora, a instituição se prepara para ingressar na nova fase da disputa. Segundo apuração do jornal O Estado de S. Paulo, a decisão já foi comunicada ao Planalto. Além disso, a estatal confirmou que os aprovados no concurso público de 2024 só serão contratados a partir de 2027.

De acordo com o Revista Oeste, o novo presidente dos Correios, Emmanuel Rondon, identificou um desequilíbrio de curto prazo nas contas da estatal. Segundo ele, a diferença entre ativos e passivos soma R$ 7,6 bilhões.

A empresa calculou o fluxo de caixa válido até dezembro de 2025. A proposta de empréstimo de R$ 20 bilhões visa quitar dívidas com fornecedores, pagar salários, investir em infraestrutura e refinanciar R$ 1,8 bilhão já emprestado por um grupo de bancos.

Até setembro, o prejuízo acumulado dos Correios chegou a R$ 6,05 bilhões. A equipe econômica do governo considera a situação da empresa delicada e entende que Rondon precisa de suporte para implementar o plano de reestruturação sem pressão externa.

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