O regime cubano anunciou que continuará com seus programas de envio de médicos para países parceiros, como o Brasil, mesmo após uma série de medidas do governo dos EUA destinadas a interromper o que considera uma fonte de financiamento para o regime comunista estabelecido por Fidel Castro.
O chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, declarou nesta quarta-feira, 13 de agosto de 2025, através das redes sociais, que o país persistirá com as “missões médicas”. Os Estados Unidos impuseram sanções, incluindo a revogação de vistos, a dois coordenadores do programa Mais Médicos. Segundo o governo norte-americano, essa parceria evita as sanções impostas à ditadura cubana e envia recursos financeiros para sustentar o regime.
De acordo com informações de Revista Oeste, o ministro cubano criticou as sanções dos EUA, chamando-as de “imposição” e “agressão”. O ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, também condenou as medidas, classificando-as como um “ataque injustificável”.
Rodríguez acusou o governo de Donald Trump de adotar uma “nova doutrina de política externa” com o objetivo de pressionar Havana. Ele defendeu que os programas médicos são “programas legítimos de cooperação”. Em suas palavras, “O secretário de Estado dos EUA ameaça impor restrições de visto a governos que mantêm programas legítimos de cooperação médica com Cuba. Isso demonstra imposição e agressão pela força, como a nova doutrina de política externa daquele governo”. Rodríguez reiterou que “Cuba continuará prestando serviços”.
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As sanções foram detalhadas pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que revogou os vistos de autoridades brasileiras, incluindo Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-coordenador da COP30. Rubio afirmou que esses gestores facilitaram, através da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), repasses financeiros ao regime cubano durante o programa Mais Médicos, o que teria contornado as sanções e retido uma parcela significativa dos salários dos profissionais.
O governo dos Estados Unidos considera o modelo cubano como trabalho forçado, acusando Havana de enviar médicos a preços elevados e reter a maior parte dos rendimentos, privando assim a própria população de serviços básicos de saúde. Rubio declarou que “Os países devem pagar diretamente aos médicos, não aos escravistas do regime”, prometendo novas medidas para acabar com essa prática.
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Desde fevereiro de 2025, o governo de Donald Trump já havia sancionado membros de Cuba e de países da América Central relacionados ao esquema. Segundo especialistas, as missões médicas, junto com o turismo e as remessas do exterior, formam as principais fontes de receita da ditadura cubana.