Daily Wire / Reprodução

Em 2012, foi instituído o “Dia Internacional das Pessoas Não Binárias”, celebrado em 14 de julho. Este dia, que se tornou parte do calendário politicamente correto, reflete uma tendência cultural que prioriza sentimentos subjetivos sobre a realidade biológica. Como médico, é essencial destacar que os seres humanos são dimórficos sexualmente, sendo biologicamente machos ou fêmeas, com exceções raras como a Síndrome de Swyer e a Síndrome de Insensibilidade aos Andrógenos.

Segundo o Daily Wire, ao valorizar a identidade de gênero acima das diferenças sexuais objetivas, essa comemoração contribui para a erosão da identidade feminina. Meninas que não se conformam com os estereótipos de gênero são frequentemente incentivadas a se identificarem como não-binárias ou homens, sugerindo que sua personalidade é incompatível com a feminilidade. Esse movimento, sob o pretexto de inclusão, está gradualmente apagando a mulher. A propagação de uma linguagem de gênero neutro é um exemplo claro disso.

Como médico especialista em ginecologia e obstetrícia, certificada pelo conselho, sou, por definição, um especialista em saúde das mulheres. Sou também pai de duas jovens inteligentes, compassivas e talentosas. É importante ressaltar que me refiro a elas como mulheres, e não como “pessoas que menstruam”, “pessoas com útero” ou outros eufemismos da moda.

A medicina, uma área que deve ser guiada pela ciência, verdade e cuidado, está cometendo um erro crítico e potencialmente devastador ao apagar a mulher. A linguagem de gênero neutro se tornou tendência na mídia, educação, políticas públicas e agora na medicina. Por exemplo, o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) declarou que “irá além do uso exclusivo de linguagem e definições de gênero”. A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) oferece orientações similares.

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Quando a linguagem evita ou substitui a palavra “mulher”, especialmente em contextos relacionados às experiências vividas pelas mulheres — como gravidez, maternidade e menstruação —, ela deixa de ser inclusiva e se torna uma forma de apagamento. Isso é biologicamente impreciso, linguisticamente confuso e eticamente errado. Devemos parar com isso.

Termos como “pessoas grávidas”, “pessoas que dão à luz”, “menstruadores” e “amamentadores” são apresentados como inclusivos, mas transmitem uma mensagem mais silenciosa e prejudicial: que “mulher” é uma palavra controversa ou exclusiva demais para ser usada. Isso reformula a feminilidade como algo a ser diluído para acomodar outros, quando na realidade, especificidade e inclusão não são mutuamente exclusivas.

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Essa questão não é apenas simbólica, mas também material. A saúde das mulheres tem sido subinvestigada e subfinanciada por muito tempo. Quando a linguagem se torna tão neutra a ponto de não identificar mais as mulheres como os principais sujeitos dos cuidados reprodutivos, os esforços de advocacy perdem força. Se agora é politicamente incorreto dizer que “a mortalidade materna afeta desproporcionalmente as mulheres negras” e devemos dizer “pessoas que dão à luz”, obscurecemos as realidades sociais e biológicas que exigem atenção urgente. A precisão na linguagem não é exclusão, é clareza.

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