Revista Oeste/Reprodução

Na terça-feira, 13 de maio de 2025, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, apresentou na China uma nova versão do mapa-múndi do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acompanhada do presidente do órgão, Márcio Pochmann. O mapa posiciona o Brasil no centro e inverte a orientação convencional, com o Sul voltado para cima, destacando blocos como Brics, Mercosul, países lusófonos e o bioma amazônico.

Pochmann celebrou a repercussão do mapa em uma postagem no X na véspera do evento: “O novo mapa-múndi do IBGE obteve sucesso imediato, promovendo um debate sobre a posição do Brasil na geopolítica do Sul Global.” Esta não é a primeira tentativa do IBGE de reposicionar o Brasil cartograficamente. Em abril de 2024, uma versão com o país no centro, mas sem inversão dos polos, foi lançada no Atlas Geográfico Escolar, contendo erros conceituais sobre geologia e separação continental, posteriormente corrigidos com uma errata.

O IBGE justifica a inversão como uma forma de incentivar uma “nova perspectiva geopolítica”, valorizando o Sul Global e desafiando a “visão eurocêntrica” do mapa tradicional. O projeto destaca o Rio de Janeiro como capital do Brics, Belém como sede da COP30 e Fortaleza como palco do Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global, em junho. A iniciativa alinha-se a movimentos de governos de esquerda que questionam o predomínio do Norte nas representações cartográficas.

A diretora de Geociências do IBGE, Maria do Carmo Dias Bueno, defendeu a inversão em um vídeo, afirmando que foi uma escolha intencional. “Os pontos cardeais são uma convenção cartográfica, não um erro técnico”, explicou. Ela destacou estudos que associam o Norte a valores positivos e o Sul à pobreza, argumentando que o novo mapa busca desconstruir essa narrativa, conforme a Revista Oeste.

Icone Tag