Em um evento realizado em Porto, Portugal, a Bnai Brith Portugal e o Observatório Internacional de Direitos Humanos emitiram um alerta preocupante: os direitos humanos dos judeus em todo o mundo estão sob ameaça urgente e sem precedentes. Este cenário sombrio serviu de pano de fundo para a homenagem à ex-embaixadora de Israel em Portugal, Colette Avital, por seu compromisso de vida na defesa dos direitos humanos, especialmente os dos judeus, um compromisso que hoje é mais vital do que nunca.
Luis Andrade, presidente do Observatório, elogiou os esforços de décadas de Avital para defender os direitos humanos universais e judaicos, que ele descreveu como “tão frequentemente esquecidos, ignorados ou violados ao longo da história, e agora novamente no momento presente, com uma intensidade assustadora.
Avital refletiu sobre sua longa carreira diplomática, incluindo seu trabalho como Cônsul Geral de Israel em Nova York, sua dedicação aos sobreviventes do Holocausto e sua luta persistente contra o antissemitismo. Sua mensagem ressoou fortemente, dada a onda de violência e retórica antijudaica após o massacre de 7 de outubro de 2023 em Israel e suas repercussões globais.
“Human rights have been talked about in the modern era, but it is worth remembering that B’nai B’rith advocated for human rights for all in the 19th century and continues to do so today not only in the United States but in many countries,” disse Avital.
Gabriela Cantergi, presidente da Bnai Brith Portugal, entregou uma mensagem sombria: “Estamos vivendo um momento em que direitos humanos básicos — vida, dignidade e segurança — estão sendo negados aos judeus ao redor do mundo. Não é mais teórico. Pessoas judias estão sendo caçadas, queimadas, esfaqueadas e baleadas. O mito do privilégio judaico é usado para justificar a barbárie. A prática e tradição judaica estão sendo criminalizadas, enquanto líderes de opinião globais racionalizam o terror. Israel se tornou o ‘Judeu entre as nações’ — desprezado, mal representado e isolado.”
De acordo com o Israel National News, Dale Jeffries, da comunidade judaica de Porto, ecoou essas preocupações com uma clareza dolorosa: “Nas horas após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, antes mesmo que Israel respondesse, os campi dos EUA explodiram com manifestações glorificando o massacre e pedindo a erradicação do estado judeu. Um sobrevivente do Holocausto e educador que conheço desabou e disse, ‘Aqui vamos nós de novo’.”
Jeffries acrescentou que o sionismo, um simples chamado pela autodeterminação judaica, foi erroneamente equiparado ao extremismo. “Agora, todo judeu é forçado a escolher. Mas o que os inimigos de Israel não conseguiram antecipar foi o despertar judaico. Não estamos mais em silêncio. Judeus em todo o mundo, jovens e velhos, estão se levantando, organizando, educando e resistindo.”
A jornalista portuguesa Miriam Assor ofereceu uma reflexão pessoal sobre o legado de Avital, lembrando de seu pai, o Rabino Abraham Assor, que foi o único rabino de Portugal por 50 anos.
“Embaixadora Avital inspirou uma geração inteira com sua força, convicções e compromisso com a justiça. Neste momento perigoso para os judeus em todo o mundo, seu exemplo é mais necessário do que nunca,” escreveu ela.
À medida que o antissemitismo se intensifica globalmente, tanto em retórica quanto em violência, o evento da Bnai Brith Portugal serviu como um tributo e um chamado à ação: os direitos dos judeus são direitos humanos — e estão em perigo imediato.