Desde a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, ele e seus aliados de esquerda têm criticado de forma constante o Banco Central e a diretoria anterior, nomeada durante o governo de Jair Bolsonaro, pelos elevados patamares de juros.
No final de 2024, o mandato de Roberto Campos Neto chegou ao fim, e ele deixou a presidência da instituição. No entanto, a partir daí, a nova diretoria, formada majoritariamente por indicados do PT, optou por aumentar ou manter os juros em níveis altos. Todas as decisões foram unânimes entre os nove diretores, sendo sete deles indicações do governo atual.
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Em 2024, a taxa Selic encerrou em 12,25%. Nas oito reuniões subsequentes, a nova diretoria elevou a taxa para 13,25% em janeiro; 14,25% em março; 14,75% em maio; e 15% em junho. Em seguida, a Selic foi mantida em 15% nas reuniões de julho, setembro, novembro e, agora, em dezembro.
A justificativa envolve instabilidades externas e o cenário interno, marcado pelo aumento de gastos governamentais e a consequente elevação da inflação. Os juros altos atuam como freio na economia e ajudam a conter a alta de preços.
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De acordo com o Revista Oeste, em comunicado emitido na quarta-feira, 10 de dezembro de 2025, o Banco Central declarou que “em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores segue apresentando, conforme esperado, trajetória de moderação no crescimento da atividade econômica, como observado na última divulgação do PIB, enquanto o mercado de trabalho mostra resiliência. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes seguiram apresentando algum arrefecimento, mas mantiveram-se acima da meta para a inflação”.
O texto prosseguiu: “As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,4% e 4,2%, respectivamente”.
Dos nove membros do Copom, sete foram selecionados por Lula: Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central; Ailton Aquino; Gilneu Vivan; Izabela Moreira Correa; Nilton David; Paulo Picchetti; e Rodrigo Alves Teixeira.
Os outros dois diretores, Renato Dias de Brito Gomes e Diogo Abry Guillen, foram nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e possuem mandato até 31 de dezembro de 2025. Após o término desses mandatos, caberá a Lula indicar novos nomes, que precisarão de aprovação pela Comissão de Assuntos Econômicos e pelo plenário do Senado em 2026.
Antes da nomeação da maioria dos membros do Copom pelo governo atual, o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além de outros aliados petistas e psolistas, criticavam os juros elevados durante a gestão de Roberto Campos Neto, que presidiu o Banco Central de fevereiro de 2019 a dezembro de 2024.
Atualmente, as críticas diminuíram. Apenas o ministro Guilherme Boulos (Psol), da Secretaria Geral da Presidência, se pronunciou após a última reunião do Copom. “O Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15%. Vence a agiotagem dos bancos. Perde o trabalhador brasileiro. Lamentável!”, escreveu ele no X.









