Documentos descobertos em uma operação contra o Hamas em Gaza, na Palestina, indicam relações estreitas e colaboração significativa entre a organização terrorista e a rede Al-Jazeera, com sede no Catar, especialmente durante o conflito.
Um novo estudo do Centro de Inteligência e Informação sobre Terrorismo Meir Amit, em Israel, destaca como a Al-Jazeera atuou como elemento central nas estratégias de advocacy, propaganda e guerra psicológica do Hamas ao longo dos anos, com orientações claras fornecidas a editores e repórteres da rede.
De acordo com os documentos, o Hamas não apenas aconselhava sobre o conteúdo das reportagens, mas também supervisionava a forma como elas eram apresentadas, por meio de coordenação direta com repórteres e canais da Al-Jazeera.
Durante a guerra, foram dadas instruções detalhadas para retratar os eventos de modo a preservar a “imagem de resistência”. Além disso, foi revelado que o Hamas estabeleceu uma “linha telefônica Al-Jazeera” – uma conexão segura de comunicação destinada à coordenação direta entre o centro de comando do Hamas e os porta-vozes da rede em Doha, no Catar. Essa linha era usada pela organização para controlar a cobertura dos eventos no local, pressionar pela publicação de conteúdos específicos e fornecer instruções precisas sobre o que enfatizar e o que ocultar em transmissões ao vivo, tudo alinhado aos interesses do Hamas.
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Os documentos também apresentam evidências de cooperação próxima entre repórteres da Al-Jazeera e a ala militar do Hamas. Entre os nomes citados está Anas al-Sharif, morto em um ataque aéreo israelense, que atuava como combatente ativo no Batalhão Leste de Jabaliya e comandante de uma unidade de tiro de longo alcance. Além dele, vários outros jornalistas identificados como membros ativos da ala militar do Hamas participaram de ataques contra soldados e civis.