O antissemitismo no Canadá aumentou significativamente após o massacre de 7 de outubro de 2023, perpetrado pelo Hamas em Israel, resultando em um recorde de 920 crimes de ódio contra judeus no ano passado. Esse aumento nos incidentes levou Deborah Lyons, a enviada especial do país para preservar a memória do Holocausto e combater o antissemitismo, a renunciar no início deste mês, citando exaustão por “acordar todos os dias para uma luta”.
Lyons relatou ao The Canadian Jewish News na semana passada que o “trabalho era algo que te consumia fisicamente e emocionalmente. Enfrentei muito ódio pessoalmente… muitas palavras maldosas e, em alguns casos, ações”, disse ela.
De acordo com informações de Fox News, Irwin Cotler, ex-ministro da Justiça do Canadá e predecessor de Lyons como enviado especial contra o antissemitismo, afirmou que o “explosão” no ódio aos judeus não foi recebida com ampla condenação, mas com “silêncio, negação, aquiescência, apoio e justificativa”. Cotler ressaltou que “o governo não pode apenas sinalizar virtude ou ser performático—precisa agir. Isso é algo com que Deborah teve que lidar. Ela é uma servidora civil muito leal, e tenho certeza de que foi difícil para ela—desanimador até—ver o governo não se mover tão rapidamente, efetivamente ou de forma decisiva como o mandato exigia”.
Embora os judeus representem menos de um por cento da população do Canadá, 18,8% de todos os crimes de ódio relatados em 2024 foram motivados por antissemitismo. Dos 1.342 crimes de ódio motivados por religião reportados no ano passado, 920—ou 68,5%—alvoaram a comunidade judaica.
PUBLICIDADE
Richard Robertson, diretor de pesquisa e advocacy da B’nai Brith Canada, informou ao Fox News Digital que “desde que a Enviada Especial Lyons assumiu o cargo, vimos um aumento de 124% no antissemitismo”. Ele continuou: “A situação tornou-se cada vez mais insustentável para a comunidade. E embora alguns passos positivos tenham sido tomados pelo governo federal, não foi feito o suficiente para conter a maré—colocando alguém como a enviada especial em uma posição muito difícil. Então, é compreensível que ela tenha se sentido fatigada e desanimada com o estado atual de ódio no Canadá”.
