( Planet Labs PBC/Reuters) / Fox News / Reprodução

Uma frota de cerca de 1.000 navios petroleiros clandestinos, que burlam sanções internacionais, surgiu como novo alvo para os governos dos EUA e da Ucrânia, segundo alerta de uma analista sênior em inteligência marítima.

Michelle Wiese Bockmann alertou que essa frota envelhecida representa riscos geopolíticos e ameaças de derramamentos de óleo no valor de 1 bilhão de dólares, com as recentes apreensões pelos EUA na Venezuela e ataques de drones ucranianos no Mar Negro marcando um ponto de virada para ambos os países em seus esforços.

Há cerca de 1.000 navios em todo o mundo que transportam petróleo bruto sancionado do Irã, da Venezuela e da Rússia”, disse Bockmann ao Fox News Digital.

Esses navios são uma linha vital para esses regimes, pois são usados para transportar óleo que financia a guerra na Ucrânia e também fornece dinheiro ao regime ilícito de Maduro”, acrescentou ela.

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O Irã apoia Maduro para manter sua influência na América Latina, enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, aumenta a pressão sobre a Venezuela.

Os EUA apreenderam o navio Skipper, um petroleiro venezuelano.

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Esse é um problema novo para os EUA, e agora a Ucrânia sinalizou que vai mirar nesses navios da mesma forma”, afirmou ela. “Há uma nova estratégia para lidar com essa frota fantasma, que é a linha vital das receitas de óleo sancionado, e agora está sob ataque pelos EUA e pela Ucrânia. A estratégia visa combater o que chamamos de agressão na zona cinzenta.

A escalada dos EUA com Maduro interrompeu voos de deportação para a Venezuela.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, foi questionada sobre a apreensão pelos EUA de um petroleiro na costa da Venezuela.

Ataques recentes com drones navais ucranianos incapacitaram vários petroleiros no Mar Negro, incluindo o Dashan, parte da chamada frota sombra da Rússia, que a Ucrânia afirma ajudar Moscou a exportar óleo em desafio às sanções, conforme relatado por Fox News.

Isso é perigoso e pode ser interpretado como uma forma de agressão na zona cinzenta para continuar mantendo o fluxo de receitas de óleo”, disse Bockmann.

Isso é uma catástrofe de derramamento de óleo de um bilhão de dólares esperando para acontecer”, acrescentou ela, apontando os riscos ambientais e de navegação representados por navios mal mantidos e sem seguro.

A Venezuela mobilizou tropas e armas em resposta ao acúmulo de navios de guerra dos EUA no Caribe.

Imagens do petroleiro Dashan, supostamente parte da frota sombra russa atingida pela Ucrânia.

Ela afirmou que um subgrupo de cerca de 350 a 400 navios, em qualquer momento, não só é sancionado, mas também usa bandeiras falsas, o que é perigoso, pois o registro falso deixa os navios apátridas e sem seguro, colocando as tripulações em risco.

Isso é um grande problema para a segurança marítima, é uma ameaça ao meio ambiente e envolve o bem-estar das tripulações”, disse Bockmann.

Esses navios, segundo ela, são tipicamente “antigos” e usados exclusivamente para o comércio de óleo sancionado. Muitos também “manipulam o AIS” para mostrar que estão em um lugar quando na verdade estão em outro.

Eles usam bandeiras falsas, mas também spoofing e manipulação do AIS para mostrar que estão em um lugar quando não estão. Esses navios também recorrem a registros fraudulentos que não existem, o que significa que não têm seguro”, explicou ela. “Seus certificados de navegabilidade são inválidos, e eles dependem de convenções marítimas internacionais para ter o que é chamado de ‘direito de passagem inocente’, para que não possam ser interceptados.

Bockmann disse que as forças dos EUA usaram ferramentas legais, incluindo o Artigo 110 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que permite o embarque em navios apátridas, para deter esses navios.

Acredito que eles usaram o Artigo 110, embarcaram nesse navio e tinham total direito de removê-lo do comércio global”, afirmou ela.

A Venezuela acusou os EUA de ‘pirataria’ após a apreensão de um grande petroleiro.

A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, fala durante uma reunião de mesa redonda sobre Antifa com o presidente dos EUA, Donald Trump, na Sala de Jantar de Estado da Casa Branca, em 08 de outubro de 2025, em Washington, D.C.

No Caribe, forças dos EUA apreenderam recentemente o petroleiro Skipper, sancionado em 2022 e descoberto mascarando sua localização, sob um mandado federal como parte de uma campanha mais ampla para interromper o transporte ilícito de óleo.

O recente petroleiro venezuelano transportava 1,8 milhão de barris de óleo sem seguro, então isso é um desastre marítimo de um bilhão de dólares esperando para acontecer”, disse Bockmann.

Como informado pelo Fox News Digital, em 12 de dezembro, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, enquadrou a apreensão pelos EUA de um petroleiro de petróleo bruto venezuelano como uma ação de aplicação de sanções baseada em um mandado de tribunal federal.

Enquanto isso, no Mar Negro, a Ucrânia mirou múltiplos petroleiros alegadamente da “frota sombra” com drones marítimos, segundo a Reuters.

Os três petroleiros mirados pela Ucrânia estavam todos em lastro, o que significa que não transportavam óleo”, disse Bockmann.

Isso foi escolhido com cuidado, e eles também usavam bandeiras falsas, assim como no caso recente dos três petroleiros atacados na Ucrânia. Essa bandeira era da Gâmbia. No caso dos EUA com o Skipper, a bandeira era da Guiana”, afirmou Bockmann.

Morgan Phillips, do Fox News Digital, contribuiu para este relatório.

Emma Bussey é repórter de notícias de última hora para o Fox News Digital. Antes de ingressar no Fox, ela trabalhou no The Telegraph com a equipe noturna dos EUA, em editorias incluindo estrangeiro, política, notícias, esportes e cultura.

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