Enquanto os Estados Unidos intensificam ataques contra barcos suspeitos de tráfico de drogas, destruindo embarcações e eliminando tripulações, aliados americanos do outro lado do Atlântico travam suas próprias batalhas marítimas contra supostos contrabandistas de narcóticos.
Europa está literalmente sendo inundada por cocaína”, afirmou Artur Vaz, chefe da polícia de narcóticos de Portugal, em declaração recente.
As organizações criminosas adquirem as drogas na América Latina e as vendem nos mercados europeus com margens de lucro elevadas, explicou Vaz, que dirige a Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Drogas na Polícia Judiciária de Portugal.
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Os entorpecentes chegam por navios de carga, lanchas de alta velocidade e, cada vez mais, por embarcações semi-submersíveis de baixo custo, conhecidas como “narco-subs”. Essas embarcações navegam quase indetectáveis, com apenas a parte superior visível, frequentemente pintadas em tons de azul e cinza para se camuflar nas ondas agitadas do Atlântico e escapar de vigilâncias, segundo pesquisadores.
Autoridades portuguesas obtiveram uma captura significativa no outono, interceptando um narco-sub no meio do Atlântico com 1,7 tonelada métrica de cocaína a bordo. No entanto, autoridades europeias admitem que muitas outras embarcações passam despercebidas.
De acordo com o Fox News, as taxas de interceptação desses submarinos variam entre cerca de 10% e possivelmente tão baixas quanto 5%, conforme estimado por Sam Woolston, jornalista investigativo baseado em Honduras e especializado em crime organizado.
Mesmo que uma ou duas sejam capturadas pelas autoridades, isso não é suficiente para dissuadi-los”, observou Woolston.
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As autoridades europeias optam principalmente por interceptar os barcos de narcotraficantes, detendo as tripulações de baixo escalão para interrogatório, na esperança de obter informações sobre chefes do crime, operações de gangues e redes de distribuição. Isso contrasta com a política da administração Trump nos Estados Unidos, que destruía as embarcações.
Oficiais relataram que gostariam de adotar medidas mais firmes.
Devemos ser mais musculosos, ou seja, com maiores recursos e maior capacidade de intervenção”, disse Vaz. “Mas, é claro, dentro do estado de direito.
Quanto aos narco-subs, essas embarcações não são novas, mas antigamente não cruzavam oceanos.
É impressionante o nível de sofisticação”, comentou Derek Maltz, ex-chefe interino da Agência de Combate às Drogas dos Estados Unidos (DEA), em entrevista.
Mas tudo se resume a dinheiro e risco, e agora essas redes não veem a Europa como um grande risco para elas.
O jornalista Woolston afirma que as viagens transatlânticas são tipicamente tripuladas por “pessoas desesperadas”, dada a natureza perigosa da jornada.
Você fica trancado em um compartimento muito pequeno por dias, geralmente inalando fumaças de diesel. Houve casos de narco-submarinos encontrados com tripulações de corpos mortos. Os chefões não entrariam nesses barcos.
Simon Owen é produtor sênior de campo da Fox News, baseado no bureau de Londres, no Reino Unido. Ele pode ser seguido no Instagram em @simon384.









