Em 2010, a ex-chanceler alemã Angela Merkel declarou que o conceito de multiculturalismo falhou completamente. Hoje, em 2025, ventos de mudança sopram pela Europa, trazendo implicações significativas não apenas para o continente, mas também para Israel e o Oriente Médio, bem como para as relações com Washington, especialmente durante a atual administração Trump.
Uma indicação clara do fortalecimento da vontade política foi refletida em uma recente conferência realizada em Viena. Sob os auspícios do ex-vice-chanceler austríaco Heinz-Christian Strache, e com a participação de membros do Parlamento Europeu da Alemanha, Holanda e Bélgica, além de convidados de honra proeminentes de toda a Europa, incluindo França, Hungria e Reino Unido, a conferência focou em “Paz, Liberdade e Segurança”. Intitulada “Conferência de Viena dos Patriotas Europeus”, o evento exibiu o inquietante lema “Europa à Beira do Abismo – Entre a Autonegação, o Islamismo e a Irrelevância Geopolítica”, refletindo a preocupação que prevaleceu no evento. Os palestrantes alertaram que o que antes era celebrado como “abertura multicultural” está se mostrando uma ingenuidade política míope. Vários palestrantes expressaram alarme com o que perceberam como uma “ameaça urgente” – a crescente transformação da ordem social europeia em “autoritarismo islamista”.
De acordo com o Israel National News, a percepção de que a verdadeira ameaça à Europa hoje é interna e não externa se alinha bem com os perturbadores achados de uma investigação encomendada pelo governo sobre as atividades da Irmandade Muçulmana na França. O relatório adverte que “o movimento da Irmandade Muçulmana é uma ameaça à coesão nacional” na França e medidas devem ser tomadas para deter a disseminação do “islamismo político”.
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Houve particular desaprovação da França, que, em 1978, concedeu asilo político ao aiatolá Khomeini. Foi na França que ele passou seus últimos meses no exílio, sob a negligência benigna das autoridades francesas, antes de retornar triunfante ao Irã, onde hordas de seus devotos, inflamados por seu credo corrosivo, levaram os islamistas radicais ao poder, mais tarde a ser “exportado” globalmente.
Além disso, a França foi amplamente culpada pelo caos na Líbia e pela derrubada do então enfraquecido Qaddafi. A precipitação de Paris em apoiar os rebeldes levou ao atual caos e ao subsequente fluxo de migrantes para a UE. Em 2020, um estudo sobre os eventos na Líbia concluiu que “Paris logo se tornou a potência mais intransigente nos esforços internacionais para fomentar negociações entre o regime de Qadhafi e a liderança dos revolucionários… O resultado dessa política é claramente visível: o que se seguiu foram quase dez anos de conflito e angústia social”.
A falha do atual governo francês, sob Emmanuel Macron, em controlar o contínuo fluxo de migrantes muçulmanos e seu transbordamento pelo Canal da Mancha para o Reino Unido, provocou a ira de seus vizinhos britânicos, até mesmo gerando pedidos para que sua recente e excessivamente ostensiva visita de estado fosse cancelada.