Em meio a alertas crescentes sobre possíveis ataques a alvos israelenses e judaicos em todo o mundo, Yossi Amrusi, ex-oficial sênior da Agência de Segurança de Israel (ISA), que atuou como diretor de segurança regional para Ásia e Pacífico e agora pesquisa segurança nacional no Instituto Misgav, compartilhou insights valiosos.
Amrusi destacou a necessidade de diferenciar entre missões diplomáticas israelenses e outras instituições judaicas no exterior. Ele explicou que embaixadas e consulados são instalações oficiais de Israel, protegidas por pessoal israelense enviado pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel. Por outro lado, instituições judaicas como casas Chabad, sinagogas e museus não são entidades oficiais israelenses, e sua segurança é principalmente responsabilidade do país anfitrião. As missões israelenses podem ajudar, mas a responsabilidade principal recai sobre a polícia e as forças de segurança locais.
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De acordo com o Israel National News, o nível de cooperação varia muito de país para país. Amrusi afirmou que alguns Estados levam a ameaça muito a sério, entendendo que um ataque em seu território prejudicaria o turismo e a estabilidade nacional, por isso trabalham de perto com Israel e oferecem assistência significativa. No entanto, outros países não compreendem as implicações mais amplas do terrorismo e, portanto, não cooperam efetivamente com as missões israelenses.
Baseado em sua experiência como chefe de segurança em Nairóbi, no Quênia, Amrusi lembrou que recebeu helicópteros e veículos blindados das autoridades locais. Ele disse que as forças de segurança locais entenderam a ameaça e ajudaram de acordo, observando que tal cooperação opera sob acordos formais entre Israel e o país anfitrião, gerenciados pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Ao abordar a preparação para eventos da comunidade judaica, Amrusi explicou que as instituições devem trabalhar de perto com as forças policiais locais. Se uma casa Chabad estiver organizando um evento, ela deve se aproximar da polícia, solicitar permissões para pessoal de segurança e pedir oficiais adicionais. Um plano de segurança adequado requer uma avaliação completa do local, compreensão dos métodos potenciais de ataque e coordenação sobre posicionamento de guardas, câmeras, detectores de metal e procedimentos de triagem.
Referindo-se ao ataque mortal na Austrália, Amrusi disse que medidas preventivas adicionais poderiam ter sido tomadas. Colocar um guarda ou policial na ponte com vista para a área do evento poderia ter impedido que os atacantes se posicionassem lá.
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Ele observou que falhas de segurança frequentemente decorrem de falta de capacidade profissional ou de conscientização. Muitos países vivem em uma realidade mais calma e não entendem completamente a complexidade da ameaça. Para lidar com isso, Amrusi enfatizou a importância do engajamento contínuo com agências de segurança locais. Elas devem entender que um ataque a israelenses afeta todo o país – por exemplo, um ataque a um aeroporto danifica todo o sistema de aviação. Uma vez que entendem isso, geralmente cooperam e fornecem assistência.
Sobre o equilíbrio entre segurança visível e disfarçada, Amrusi disse que ambas as abordagens têm vantagens. Pessoal de segurança disfarçado está armado e pode responder de forma rápida e eficiente, mesmo sem o efeito dissuasório de uma presença visível. Na prática, uma combinação de ambas é necessária.
Amrusi também alertou contra a complacência. A rotina é o maior inimigo da segurança, afirmou ele. Atacantes estudam padrões. Para contrariar isso, as instituições devem quebrar a rotina e evitar fazer as coisas da mesma maneira ano após ano.
Ele destacou a importância da discrição na divulgação de eventos. Não se deve anunciar um evento de sinagoga em outdoors ou plataformas públicas. Convites devem ser compartilhados por meio de grupos fechados no WhatsApp ou diretamente com os participantes convidados, para limitar as informações disponíveis a atores hostis.
Reconhecendo que a prevenção total é impossível, Amrusi disse que não existe segurança 100%. Um ataque pode acontecer em qualquer lugar a qualquer momento. Mas evitar a publicidade em redes sociais e usar comunicação direta torna muito mais difícil para os atacantes coletarem inteligência.
Abordando as críticas às autoridades australianas após o massacre, Amrusi disse que o ambiente mais amplo não pode ser ignorado. Quando o governo reconhece um Estado palestino, sinagogas e creches judaicas são atacadas, relatórios documentam centenas de milhares de postagens antissemitas e manifestações semanais anti-Israel são permitidas sem controle, os perpetradores podem se sentir encorajados. Essas tendências devem ser abordadas de forma decisiva pelas forças da lei e autoridades governamentais.









