Em Washington, o governador do Federal Reserve, Christopher Waller, declarou na última sexta-feira que o banco central dos EUA deve considerar a redução das taxas de juros na próxima reunião, prevista para julho, devido aos dados recentes de inflação controlada e ao impacto temporário das tarifas de importação. Waller expressou uma visão dovish sobre a política monetária, o que ocorre em um momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, intensifica a pressão sobre o chairman do Fed, Jerome Powell, cujo mandato termina no próximo ano.
Segundo o Daily Wire, Trump tem sido veemente em sua crítica a Powell, chegando a chamá-lo de “pessoa estúpida” e sugerindo que ele é um “político” que não é inteligente. O presidente dos EUA também tem pressionado o Fed para cortar as taxas de juros, enquanto busca um substituto para Powell. Waller é considerado um dos possíveis sucessores e suas inclinações atuais em favor de taxas mais baixas podem aumentar suas chances de se tornar o próximo chairman do Fed.
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Durante uma entrevista ao programa “Squawk Box” da CNBC, Waller afirmou que qualquer inflação causada por tarifas não será significativa e que o Fed deve ignorá-la ao definir políticas. Ele também destacou que os dados dos últimos meses mostram uma tendência de inflação favorável, sugerindo que o corte de juros poderia ocorrer já em julho.
Os comentários de Waller sobre a política monetária foram os primeiros de um banqueiro central após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) desta semana, que manteve a faixa de meta da taxa de juros do banco central entre 4,25% e 4,5%. As previsões divulgadas na reunião indicam que os funcionários esperam poder cortar as taxas duas vezes este ano.
Antes da reunião do Fed, Trump criticou Powell, afirmando que ele é uma “pessoa estúpida” e um “político” que não é inteligente. Quanto ao momento dos cortes, o Fed ofereceu pouca orientação. Após a reunião do FOMC, Powell alertou que há uma incerteza considerável em relação às perspectivas econômicas, especialmente devido às grandes mudanças na política comercial promovidas pela administração Trump. Ele também advertiu que a política de tarifas do presidente quase certamente aumentará a inflação, mas não está claro em que medida e por quanto tempo, dificultando a determinação da ação necessária da política monetária.
Para o momento, Powell afirmou que o Fed está bem posicionado para esperar e aprender mais sobre o provável curso da economia antes de considerar qualquer ajuste na posição de política. Na sexta-feira, dados do Federal Reserve de Filadélfia mostraram que as fábricas no distrito do banco registraram atividade em contração pelo terceiro mês consecutivo, com uma queda particularmente acentuada na contratação no setor.
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A abertura de Waller para cortar as taxas de juros já na reunião do FOMC de 29 a 30 de julho o distingue da maioria de seus colegas, com base em seus comentários públicos. Waller argumenta há algum tempo que os entendimentos tradicionais sobre os impactos das tarifas apontam para um choque único que o Fed pode ignorar, e ele duvida que o aumento dos impostos de importação do presidente cause ganhos de preços mais persistentes.
Ao defender os cortes, Waller observou que as tendências de inflação já estão esfriando e que a política monetária está bem acima do nível considerado neutro em seu impacto na economia. Além disso, ele disse estar vendo sinais de fraqueza incipiente no mercado de trabalho, citando desafios enfrentados pelos novos graduados para encontrar emprego. Waller destacou que cortar as taxas mais cedo do que tarde pode ser benéfico para a contratação.
