Durante uma aula magna no curso de Direito do Centro Universitário UNDB, em São Luís, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino agitou o cenário político do Maranhão ao sugerir, em tom irônico, uma chapa para as eleições de 2026. Dino indicou o vice-governador Felipe Camarão (PT) como candidato ao governo, com Teresa Helena Barros como vice, destacando sua popularidade. “O único obstáculo é que ela ainda não tem a idade constitucional, que exige mais de 21 anos”, brincou, referindo-se a Barros.
A sugestão, porém, foi mal recebida pelo governador Carlos Brandão, que rompeu publicamente com Dino, seu ex-aliado, em dezembro de 2024. Brandão reagiu, afirmando que “não é hora de disputas políticas, mas de governar e transformar o Maranhão, foco da nossa gestão”. Nos bastidores, aliados de Brandão veem a fala de Dino como uma manobra para enfraquecer o governador, especialmente porque Camarão se tornou seu adversário político.
A atitude de Dino levanta questionamentos, já que o artigo 39 da Lei 1.079/1950 considera crime de responsabilidade a atuação político-partidária por ministros do STF. Com uma trajetória que inclui os cargos de juiz federal, governador, senador, ministro da Justiça e, agora, ministro do STF, nomeado por Lula, Dino sempre defendeu suas decisões como técnicas e imparciais. No entanto, sua sugestão de chapa reacendeu debates sobre a neutralidade esperada de um magistrado da Corte, segundo a Revista Oeste.