Robert Bonet via Reuters Connect / Israel National News / Reprodução

Uma flotilha internacional que busca romper o bloqueio naval de Israel em Gaza relatou maior atividade de drones na madrugada de quarta-feira, ao se aproximar da região.

“Agora entramos na zona de alto risco, o local onde flotilhas anteriores foram atacadas ou interceptadas”, anunciou a Global Sumud Flotilla por meio do Telegram.

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A flotilha, batizada de Global Sumud, partiu de Barcelona no mês passado com o objetivo declarado de entregar ajuda humanitária a Gaza e desafiar o cordão de segurança de Israel.

A Global Sumud retomou sua viagem no domingo, após reparos em águas gregas. Os organizadores anunciaram que embarcações gregas se juntaram à missão, elevando o total de barcos civis para 47. Eles esperam chegar à área já no Yom Kippur, o dia mais sagrado do calendário judaico.

Autoridades de defesa de Israel ativaram uma resposta de alto nível, com o envio de unidades da Marinha e coordenação por meio de um centro de operações conjunto envolvendo as Forças de Defesa de Israel (IDF), o Shin Bet (Agência de Segurança de Israel), a polícia e o Ministério das Relações Exteriores. Hospitais ao longo da costa receberam instruções para se preparar para o possível tratamento médico de ativistas.

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De acordo com o Israel National News, a flotilha inclui ativistas de dezenas de países, entre eles cerca de 40 italianos e a ativista climática sueca Greta Thunberg.

Na terça-feira, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, pediu que a flotilha interrompesse imediatamente a missão.

Em uma declaração citada pela Reuters, Meloni alertou que insistir em um confronto com Israel poderia perturbar o atual “equilíbrio frágil” que pode levar à paz com base no plano proposto na segunda-feira pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, instou os participantes da flotilha a atenderem ao apelo de Meloni.

“Os EUA, Israel e líderes do Oriente Médio e do mundo todo estão tentando encerrar a guerra. O foco deve ser na desescalada, não em orquestrar provocações, como a flotilha Hamas-Sumud”, disse Sa’ar.

“Não é tarde demais – reiteramos o apelo do governo de Israel, do governo da Itália e do Vaticano para transferir qualquer ajuda de forma pacífica pelo Porto de Chipre, pela Marina de Ashkelon ou por qualquer outro porto na região para Gaza”, acrescentou.

Na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores de Israel alertou os participantes da flotilha, à qual se referiu como “Flotilha Hamas”, de que Israel não permitirá violações ao bloqueio naval em Gaza.

“Essa flotilha, organizada pelo Hamas, tem o intuito de servir ao Hamas. Israel não permitirá que embarcações entrem em uma zona de combate ativa e não permitirá a violação de um bloqueio naval legal”, esclareceu o comunicado.

“Se o desejo genuíno dos participantes da flotilha for entregar ajuda humanitária em vez de servir ao Hamas, Israel convida as embarcações a atracarem na Marina de Ashkelon e descarregarem a ajuda lá, de onde ela será transferida prontamente de forma coordenada para a Faixa de Gaza”, acrescentou.

“Israel insta os participantes a não violarem a lei e a aceitarem a proposta de Israel para uma transferência pacífica de qualquer ajuda que possam ter”, concluiu o comunicado.

Também na terça-feira, dois documentos oficiais do Hamas foram tornados públicos, revelando que a organização terrorista está diretamente envolvida no financiamento e na execução da flotilha Sumud para Gaza.

Os documentos indicam uma conexão próxima entre a liderança da flotilha e o Hamas, particularmente com o PCPA – um órgão que opera em nome do Hamas na arena internacional.

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