Credit: Independence Law Center. / Daily Wire / Reprodução

Uma mulher cristã foi punida após se recusar a acompanhar um homem proeminente que se identifica como transgênero, descrito como uma “figura política”, até o vestiário feminino em um spa operado pela Hershey Entertainment and Resorts, nos Estados Unidos, conforme uma ação judicial apresentada em 21 de outubro de 2025.

A ação alega que Jeriah Sellers, uma cristã devota, foi orientada a deixar sua fé de lado após informar seu supervisor que se sentia desconfortável em levar um homem ao vestiário feminino no Melt Spa by Hershey, no estado da Pensilvânia, nos EUA. Como resultado de seu pedido para não ser forçada a levar homens a espaços femininos, Sellers afirma que foi suspensa sem pagamento por um turno e repreendida pelo departamento de recursos humanos da empresa.

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Hershey quer que você deixe suas crenças pessoais, religiosas e políticas na porta”, disse um representante de RH da empresa a Sellers, segundo a ação. O processo acusa o spa de violar o Título VII da Lei de Direitos Civis, que proíbe discriminação religiosa e exige que empregadores acomodem as práticas religiosas dos funcionários.

Sellers está sendo representada pelos advogados Andrea Shaw e Jeremy Samek, este último da Independence Law Center, uma firma de advocacia de interesse público sediada na Pensilvânia, nos EUA. A ação foi protocolada no tribunal federal do Distrito Médio da Pensilvânia.

Este é realmente um caso em que a mentalidade corporativa sobre a questão transgênero é de que os funcionários não podem ser acomodados e que é justificado punir crenças religiosas nesse tema”, disse Shaw ao The Daily Wire. “E isso precisa mudar. A corporação pode ter sua política, mas precisa acomodar os funcionários com suas crenças religiosas.

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A Hershey Entertainment and Resorts foi fundada em 1927 pelo barão do chocolate Milton S. Hershey, mais de 30 anos após ele fundar a famosa Hershey Chocolate Company. Embora as duas sejam entidades empresariais separadas, ambas fazem parcerias com a Milton Hershey School.

A controvérsia começou em 28 de maio de 2025, quando Sellers relata que seu supervisor a informou que um homem que se identifica como transgênero, uma “figura política bem conhecida”, visitaria o spa e usaria o vestiário feminino. Após ser informada sobre a visita iminente, Sellers disse ao supervisor que não poderia levar o homem ao vestiário devido às suas crenças religiosas cristãs. Não está claro quem era a figura visitando o spa.

Seu supervisor respondeu dizendo que não havia problema e se ofereceu para acompanhar o hóspede ao vestiário, conforme a ação. Alguns dias após essa conversa, Sellers e seu supervisor discutiram uma possível acomodação religiosa.

[Sellers] explicou que, como cristã, queria descobrir a melhor forma de responder à situação de maneira positiva para todos, mas que não se sentia confortável em acompanhar um homem biológico ao vestiário feminino porque isso ia contra suas crenças religiosas, que também incluíam sua preocupação com outras hóspedes femininas que poderiam se sentir desconfortáveis com a presença de um homem biológico no vestiário feminino designado”, diz uma cópia da ação obtida pelo The Daily Wire.

O supervisor indicou que a acomodação era razoável, mas que precisaria de aprovação do departamento de RH, segundo a ação. Durante uma reunião em 04 de junho de 2025 com o RH, Sellers relata que foi informada de que seria disciplinada com a suspensão sem pagamento de seu turno do dia e uma advertência por escrito do RH.

Foi nessa ocasião que ela alega ter sido orientada a deixar suas “crenças pessoais, religiosas e políticas na porta”. Ela também recebeu uma cópia das políticas transgênero da empresa, que exigem que os funcionários direcionem os clientes às instalações com base no que eles marcam como masculino, feminino ou “não binário”, conforme a ação.

Um anexo incluído na ação, visualizado pelo The Daily Wire, revela um documento chamado “Políticas Transgênero do Spa” datado de setembro de 2021, que afirma que “os hóspedes são bem-vindos a usar o vestiário que corresponde à sua identidade de gênero. Banheiros e chuveiros também estão localizados dentro dos vestiários para privacidade”.

Sellers disse que nunca havia visto o documento delineando as políticas transgênero do spa antes.

Apesar do pedido de Jeriah por uma acomodação razoável baseada em suas crenças religiosas profundamente arraigadas, e apesar do reconhecimento tanto de seu supervisor quanto do gerente de que ela poderia ser facilmente acomodada, o réu disciplinou Jeriah, a colocou sob ameaça de disciplina futura e a instruiu a deixar suas crenças religiosas na porta”.

De acordo com o Daily Wire, em 21 de julho de 2025, Sellers apresentou uma queixa de discriminação à Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego e à Comissão de Relações Humanas da Pensilvânia. Dois dias depois, a EEOC emitiu uma carta de direito de processar, indicando que não conseguiria resolver a queixa rapidamente.

Como cristã, Sellers acredita que Deus criou apenas dois sexos, masculino e feminino, e considera que seria enganoso levar intencionalmente um homem a um espaço feminino.

Além disso, sua “fé cristã dita sua crença em modéstia e privacidade”, diz a ação. “Portanto, é uma violação das crenças religiosas da demandante estar presente onde homens possam se trocar ou encorajar, auxiliar ou facilitar a entrada de um homem biológico em um espaço designado onde mulheres se despem sem seu consentimento, sujeitando assim essas mulheres a um ambiente de assédio sexual onde sua privacidade será comprometida”.

A ação pede que um tribunal declare que a Hershey Entertainment and Resorts violou os direitos civis de Sellers e garanta que ela tenha uma acomodação no futuro.

Sellers começou a trabalhar no Melt Spa em agosto de 2023 e era obrigada a dar tours do vestiário feminino para hóspedes femininas, enquanto só precisava acompanhar hóspedes masculinos até a porta do vestiário masculino.

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