No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as despesas federais estão aumentando a um ritmo quase duas vezes superior ao crescimento das receitas, segundo um levantamento publicado pela Folha de S.Paulo na quinta-feira, 19 de junho de 2025. A análise, baseada em dados da Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado, e do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do Tesouro Nacional, revela um desequilíbrio fiscal preocupante.
Desde o início do terceiro mandato de Lula, a receita líquida do governo (após transferências a estados e municípios) cresceu R$ 191,3 bilhões, com previsão de atingir R$ 2,318 trilhões em 2025. Já os gastos aumentaram R$ 344 bilhões, com estimativa de alcançar R$ 2,415 trilhões até o fim do ano. Esse ritmo acelerado das despesas, que supera o incremento da arrecadação, projeta um déficit primário (excluindo juros da dívida) de R$ 180 bilhões em 2025, equivalente a 0,77% do PIB, incluindo o pagamento de precatórios. O governo, porém, prevê um déficit menor, de R$ 29,6 bilhões, enquanto o mercado, consultado pelo Ministério da Fazenda em março, estima R$ 75 bilhões.
A equipe econômica admite que o padrão de crescimento dos gastos deve persistir em 2026, podendo levar a um “shutdown” da máquina pública a partir de 2027, quando faltariam recursos para despesas essenciais. Apesar da aposta do governo em aumentar a arrecadação de impostos, a estratégia não tem apresentado resultados suficientes. Segundo a Folha, há indícios de que o governo Lula está adiando a resolução do problema fiscal para a próxima administração, segundo a Revista Oeste.