Recentemente, durante uma breve estadia em Gaza com as Forças de Defesa de Israel, pude testemunhar uma realidade chocante. Não havia falta de ajuda humanitária; o problema era a recusa em distribuí-la. A poucos quilômetros dentro da Faixa de Gaza, paletes de farinha, água engarrafada, fraldas, suprimentos médicos e potes de comida para bebês, fornecidos pelo Programa Mundial de Alimentos, UNICEF e países doadores, estavam intocados, enquanto pessoas a poucos quilômetros buscavam sua próxima refeição. Ao todo, quase 600 caminhões de ajuda estavam parados. Isso seria suficiente para alimentar 1 milhão de pessoas por quase duas semanas, ou 500 mil por quase um mês.
De acordo com o Israel National News, essas provisões não estavam sendo bloqueadas por Israel. Elas já haviam cruzado para Gaza com total coordenação das Forças de Defesa de Israel, uma pequena parte dos mais de 1,86 milhão de toneladas de ajuda humanitária que Israel facilitou para Gaza desde 7 de outubro de 2023, uma quantidade sem precedentes entregue por um país a uma população governada por seu inimigo em tempo de guerra.
O atraso não se devia a questões logísticas, de segurança ou climáticas. A ajuda estava parada porque a ONU se recusava a distribuí-la. O motivo? Porque o objetivo supremo da ONU não é ajudar os gazenses; é manter o controle sobre o sistema humanitário que a mantém relevante, a máquina que financia e justifica sua existência.
A ONU e seu vasto ecossistema de agências de ajuda passaram décadas construindo um império vasto e não responsável em Gaza. No centro dessa rede está a UNRWA, a agência da ONU para os palestinos árabes, que administra o estado de ajuda de Gaza desde que o Hamas tomou violentamente o controle da Faixa da Autoridade Palestina em 2007.
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Para um observador casual, a UNRWA parece ser a agência humanitária mais bem-intencionada. Ela se autodenomina “humanitária, neutra e imparcial”. Na realidade, está profundamente ligada ao Hamas. A organização formalmente se associou ao Hamas na administração de alimentos, escolas e hospitais de Gaza nas últimas duas décadas.
Mas a relação entre UNRWA e Hamas vai muito além de logística e administração. A UNRWA empregou operativos do Hamas, incluindo alguns que participaram do massacre de 7 de outubro de 2023. Em agosto de 2024, a agência demitiu nove funcionários por possível envolvimento no ataque, uma medida que Israel condenou como grosseiramente inadequada, dado que havia fornecido evidências ligando mais de 100 funcionários da UNRWA ao Hamas.
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Além disso, as autoridades israelenses publicaram um relatório abrangente em abril de 2025, no qual afirmam que 1.462 dos 12.521 funcionários da UNRWA em Gaza estão ligados a grupos terroristas.
Instalações da UNRWA em Gaza foram repetidamente encontradas abrigando infraestruturas terroristas. Segundo a ONU Watch, isso inclui depoimentos de ex-reféns israelenses que disseram ter sido mantidos pelo Hamas dentro de edifícios da UNRWA; caches de armas descobertas em clínicas da UNRWA; e compostos do Hamas descobertos dentro de escolas da UNRWA e sob sua sede na Cidade de Gaza. Essas violações datam de pelo menos 2014, quando a própria ONU admitiu que o Hamas havia disparado foguetes de dentro de escolas da UNRWA.
Quem paga por tudo isso? Os contribuintes ocidentais, principalmente americanos e europeus, através de bilhões em financiamento governamental anual. O Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA escreve que o financiamento dos EUA para a UNRWA desde 1950 totaliza US$ 7,3 bilhões. Em 2023, apenas o financiamento da então administração do presidente Joe Biden dos EUA representou quase 30% das contribuições dos doadores para a agência.