A situação humanitária em Gaza tem sido um ponto central de debates internacionais desde que a guerra entre o Hamas e Israel começou em 2023. Diversas organizações de ajuda, tanto antigas quanto novas, têm se apressado para fornecer suporte crítico aos palestinos. No entanto, um grupo específico, a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos EUA e Israel, tem enfrentado críticas por tentar entregar alimentos na Faixa de Gaza.
De acordo com Joe Truzman, analista de pesquisa sênior e editor do Long War Journal da Foundation for Defense of Democracies, a grande diferença entre a GHF e outras organizações de ajuda, como a ONU, é que a GHF está efetivamente minando o controle do Hamas ou mantendo-o fora do circuito quando se trata de distribuição de ajuda.
Em 29 de maio de 2025, palestinos foram vistos carregando suprimentos de ajuda recebidos da GHF no centro da Faixa de Gaza. Apesar das críticas e acusações de violência contra palestinos que buscam ajuda nos locais de distribuição, a GHF entregou mais de 76 milhões de refeições desde o início de suas operações no final de maio. Truzman afirmou que o Hamas percebeu o sucesso da GHF e está reagindo, já que a organização terrorista não consegue controlar a ajuda proveniente da GHF.
Truzman acredita que a reação do Hamas à GHF é reveladora e pode indicar que o grupo está perdendo acesso a uma ferramenta-chave em seu arsenal para manter o controle em Gaza. Ele explicou que o Hamas utiliza um programa de bem-estar social para manter seu domínio sobre a população. Por exemplo, instituições de caridade, mesquitas, escolas e a ajuda controladas pelo Hamas são usadas para alimentar a comunidade palestina, ganhando assim influência sobre eles. Os civis palestinos dependem dessa ajuda para sobreviver e contam com o Hamas para fornecê-la, o que permite ao grupo controlar a população.
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A preocupação dos EUA com o desvio de ajuda pelo Hamas levou ao apoio à GHF como uma maneira de fornecer aos palestinos o que precisam sem permitir que terroristas se apoderem dos recursos. Em junho, quando os EUA anunciaram um financiamento de US$ 30 milhões para a GHF, Tommy Pigott, porta-voz principal adjunto do Departamento de Estado, elogiou o trabalho da organização na distribuição de ajuda “enquanto impede o saque pelo Hamas”.