A Stellantis, uma das “Três Grandes” montadoras automotivas dos EUA, anunciou na terça-feira que está alterando seus planos de fabricar um modelo de Jeep em Ontário, no Canadá, priorizando a expansão da produção nos Estados Unidos.
Anteriormente, a Stellantis planejava produzir o Jeep Compass na fábrica de Brampton Assembly, em Ontário, mas agora foca investimentos nos EUA, transferindo a produção para lá e reabrindo uma planta em Belvidere, no estado de Illinois. A empresa, sediada em Michigan, pretende investir 13 bilhões de dólares nos próximos quatro anos para crescer no mercado crítico dos Estados Unidos e aumentar sua presença manufatureira doméstica.
Esse investimento é o maior na história de 100 anos da companhia nos EUA e apoiará a introdução de cinco novos veículos em segmentos chave, a produção de um novo motor de quatro cilindros e a adição de mais de 5 mil empregos em fábricas nos estados de Illinois, Ohio, Michigan e Indiana, conforme declarou a Stellantis.
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A decisão ocorre enquanto as tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, continuam a penalizar montadoras americanas que fabricam veículos e peças no exterior para vender no mercado dos EUA. Líderes canadenses expressaram frustração com a escolha da Stellantis. O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que a medida é uma consequência direta das tarifas atuais dos EUA e de possíveis ações comerciais futuras.
Trump se reuniu com Carney na Casa Branca na semana passada, e os dois líderes discutiram políticas comerciais e tarifárias. Após a visita, o gabinete de Carney destacou a relação comercial do Canadá com os Estados Unidos, afirmando que o Canadá tem o melhor acordo comercial entre os parceiros dos EUA, com 85% do comércio Canadá-EUA agora livre de tarifas, e que a cooperação está melhorando a segurança na fronteira.
A fábrica de Brampton, em Ontário, está fechada desde 2024 para ser adaptada à produção da próxima geração do Jeep Compass eletrificado. Após a imposição das tarifas automotivas por Trump, a empresa pausou os esforços de reestruturação na planta de Brampton.
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De acordo com o Daily Wire, o sindicato Unifor, que representa muitos trabalhadores automotivos canadenses, argumentou que os empregos no setor automotivo do Canadá estão sendo sacrificados no altar de Trump.
A Stellantis não pode ser autorizada a renegar seus compromissos com os trabalhadores canadenses, e os governos não podem ficar parados enquanto nossos empregos são transferidos para os Estados Unidos, disse a presidente nacional do Unifor, Lana Payne.
O premier de Ontário, Doug Ford, que criticou fortemente o presidente dos EUA, Donald Trump, pelas tarifas, postou na manhã de quarta-feira no X que conversou com a Stellantis para expressar sua decepção com a decisão de priorizar investimentos nos EUA. Ele acrescentou que essa decisão é especialmente dolorosa para os trabalhadores que estão desempregados há meses.
No início deste ano, como parte da ampla política comercial de Trump, o governo dos EUA impôs uma tarifa de 25% sobre importações de automóveis e certas peças automotivas, argumentando que a medida era necessária para lidar com uma ameaça crítica à segurança nacional dos EUA. Várias montadoras americanas e estrangeiras responderam à política de tarifas anunciando planos para aumentar a produção nos Estados Unidos.
Em maio, a General Motors anunciou que reduziria a produção em uma fábrica de caminhões em Oshawa, Ontário, devido às tarifas de Trump entrando em vigor. Um mês antes, a GM havia dito que planejava aumentar a produção de caminhões leves em sua fábrica de montagem em Fort Wayne, no estado de Indiana.
