O governo federal determinou a restrição de acesso ao Sistema Único de Informações de Benefícios (Suibe), limitando-o a apenas seis servidores, após a revelação de que cerca de 3 mil funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tinham permissão para consultar dados pessoais de aposentados e pensionistas. A medida, publicada pelo portal Metrópoles nesta quarta-feira, 18 de junho de 2025, foi tomada para conter possíveis vazamentos de informações sensíveis, como nome, CPF, telefone e valor dos benefícios, que incluem aposentadorias, pensões, salários-maternidade e auxílios assistenciais.
A ampla acessibilidade ao Suibe teria facilitado um esquema de descontos indevidos, conhecido como “Farra do INSS”, no qual sindicatos e instituições financeiras se beneficiavam de abatimentos não autorizados nos benefícios dos segurados. Segundo o Metrópoles, essas entidades forneciam listas de nomes ao INSS, que aplicava os descontos diretamente, como se fossem autorizados. A descoberta do esquema gerou surpresa no governo, seguida pela decisão de bloquear senhas e iniciar investigações, conforme a Revista Oeste.
O escândalo culminou na exoneração de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social e da cúpula do INSS. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que as fraudes tiveram origem no governo de Jair Bolsonaro (PL), destacando que sua administração identificou e agiu para desmantelar o esquema. Contudo, até o momento, os investigados não incluem ocupantes de cargos da gestão anterior.