Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nesta quinta-feira, 31 de julho de 2025, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu às tarifas de 50% impostas pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, classificando-as como “injustas” e um retrocesso nas relações comerciais bilaterais. Em pronunciamento, Haddad destacou que a medida, anunciada pela administração de Donald Trump, afeta setores de forma desnecessária e gera “casos dramáticos”. Como reportado pela Revista Oeste, o pacote tarifário reflete a insatisfação de Trump com questões políticas e comerciais envolvendo o Brasil, incluindo a perseguição judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Haddad anunciou que o Brasil recorrerá da decisão tanto no sistema jurídico americano quanto em organismos internacionais. Ele informou que negociações estão em andamento, com uma reunião marcada com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. “A assessoria de Bessent entrou em contato ontem, e teremos uma segunda conversa para expor nosso ponto de vista. Vamos buscar as instâncias cabíveis, nos EUA e em fóruns internacionais”, afirmou.

O ministro destacou que o comércio entre Brasil e EUA já vem diminuindo nas últimas décadas, e a nova tarifa contraria interesses mútuos, dificultando a aproximação econômica. Ele reforçou a autonomia do Brasil, declarando que o país “não pode ser apêndice da China, da União Europeia ou dos EUA”. Haddad também enfatizou que o governo brasileiro busca demonstrar uma postura “responsável e previsível” aos parceiros comerciais. Mais cedo, ele mencionou a possibilidade de uma visita à Casa Branca junto com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP), sinalizando avanços nas tratativas.

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