Um relatório de inteligência das Brigadas Al-Qassam do Hamas, revelado em uma nova pesquisa realizada pelo Tenente-Coronel (reserva) Yehonatan Dahoah-Halevi do Centro de Jerusalém para Segurança e Assuntos Exteriores, demonstra que o grupo terrorista já havia determinado em julho de 2023 que “a crise em Israel é um fator decisivo para prejudicar a prontidão do exército israelense”.
Dahoah-Halevi informou ao Israel National News que o Hamas compreendeu na época que Israel estava passando por um período de fraqueza. Ele explicou que a liderança do Hamas acompanhou a crise política, os protestos públicos e a recusa do serviço de reserva em Israel. Sua análise, baseada em declarações de altos funcionários israelenses, levou-os a concluir que Israel estava em um ponto historicamente baixo nas relações com os EUA e o Ocidente, e internamente, devido ao aumento dos protestos, à erosão da coesão, à insubordinação militar e à avaliação de que Israel estava caminhando para uma guerra civil.
As preparações para o ataque mortal de 7 de outubro, ele enfatizou, foram inicialmente planejadas para serem realizadas um ano antes. Dahoah-Halevi relatou que o plano de ataque contra Israel começou a ser formado em 2014, originalmente baseado em uma invasão por túneis transfronteiriços. Após a construção da barreira de fronteira, foi atualizado para uma incursão terrestre. O plano foi aprovado pela liderança do Hamas em uma conferência em Gaza em 30 de setembro de 2021, sob a direção de Yahya Sinwar, com o nome de “Operação Garantindo o Fim dos Dias”, delineando um plano para conquistar a “Palestina” e eliminar a presença judaica em Israel.
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O plano foi concluído no início de 2022, durante o governo Bennett-Lapid, e deveria ser executado durante os feriados judaicos daquele ano, quando Yair Lapid era primeiro-ministro. A ascensão do governo de direita em dezembro de 2022 foi vista pelo Hamas como um desafio maior devido às suas políticas, mas também como uma oportunidade, pois acreditavam que o governo perderia o apoio internacional. A crise política em Israel em 2023, que se intensificou e prejudicou a prontidão militar, foi vista como uma oportunidade de ouro para implementar o plano de ataque.
De acordo com informações de Israel National News, a recomendação para Sinwar foi clara: em 25 de julho de 2023, a inteligência militar das Brigadas Al-Qassam enviou um documento analisando o impacto das recusas ao serviço de reserva — em protesto contra a reforma judiciária — na prontidão operacional das Forças de Defesa de Israel (IDF). O documento concluiu que a crise política e a infiltração dos protestos no exército beneficiaram o Hamas ao prejudicar a resiliência nacional e a capacidade militar, mas aconselhou Sinwar a esperar que a crise se aprofundasse. Não há informações sobre a resposta direta de Sinwar.
Nos dois meses e meio até 7 de outubro, novos desenvolvimentos nos protestos, incluindo declarações sobre um “exército inexistente” em setembro, foram reportados pela mídia do Hamas. Um alto funcionário do Hamas afirmou que Sinwar monitorou de perto a crise interna de Israel, incluindo as divisões dentro das Forças de Defesa de Israel, e deu instruções para identificar o momento certo para um ataque que pudesse ajudar a derrubar Israel. O ataque foi planejado para um feriado judaico, com a crise nas Forças de Defesa de Israel sendo um fator contribuinte na decisão de Sinwar de atacar em 7 de outubro.