O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, demitiu um general americano cuja agência de inteligência forneceu uma avaliação inicial dos danos causados aos locais nucleares iranianos pelos ataques dos EUA, o que enfureceu o ex-presidente Donald Trump. A demissão de Hegseth foi divulgada na sexta-feira pela Associated Press, com base em duas fontes e um funcionário da Casa Branca.
O tenente-general Jeffrey Kruse não ocupará mais o cargo de chefe da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA (DIA). A demissão é o mais recente abalo na liderança militar e de inteligência dos EUA, ocorrendo apenas alguns meses após a avaliação preliminar ter sido vazada para a mídia.
O relatório vazado, que foi publicado por vários meios de comunicação, incluindo a CNN e o New York Times, alegava que o programa nuclear do Irã havia sido atrasado apenas alguns meses pelos ataques dos EUA, contradizendo diretamente as afirmações do presidente Trump e do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Um Trump irritado rejeitou os relatórios e escreveu na época no Truth Social: “A CNN de notícias falsas, juntamente com o New York Times em declínio, se uniram numa tentativa de menosprezar um dos ataques militares mais bem-sucedidos da história. Os locais nucleares no Irã estão completamente destruídos! Tanto o Times quanto a CNN estão sendo criticados pelo público!”
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No final de julho, Trump exigiu que a CNN se desculpasse por publicar o relatório de inteligência, destacando comentários feitos pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, em uma entrevista à Fox News. Araghchi reconheceu na entrevista que os ataques aéreos dos EUA causaram “sérios” danos às instalações nucleares do Irã.
De acordo com o Israel National News, em uma coletiva de imprensa após os ataques de junho, Hegseth criticou duramente a imprensa pelo que ele alegou ser um viés antimilitar, mas não ofereceu provas diretas da destruição das instalações de produção nuclear iranianas.
A demissão de Kruse segue outros recentes deslocamentos na liderança militar dos EUA, incluindo a aposentadoria antecipada do general da Força Aérea David Allvin e cortes orçamentários no Escritório do Diretor de Inteligência Nacional.