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Autoridades prenderam o influenciador digital brasileiro Gabriel Spalone, que conta com cerca de 800 mil seguidores, na noite de 27 de setembro de 2025. A detenção ocorreu dentro de uma aeronave no Aeroporto Internacional de Buenos Aires, na Argentina. Isso se deu após a inclusão de seu nome na lista vermelha da Interpol, em uma operação coordenada pela Polícia Federal do Brasil e por órgãos internacionais.

As investigações apontam que Spalone comandava um esquema responsável pelo desvio de R$ 146 milhões de um banco brasileiro, explorando o mecanismo conhecido como “Pix indireto”. Essa ferramenta, prevista em normas regulatórias, permite que instituições menores usem bancos maiores para processar transferências. No entanto, Spalone teria aplicado o método de maneira ilegal.

No modelo de Pix indireto, o participante indireto oferece o serviço por intermédio de um facilitador, que cuida da liquidação dos pagamentos. Esses participantes indiretos fornecem aos usuários contas transacionais, sem conexão direta com o Banco Central do Brasil e sem acesso próprio ao Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI).

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De acordo com o Revista Oeste, a Polícia Civil descobriu que Spalone montou empresas de fachada, como Dubai Cash e Next Trading Dubai. Ele promovia serviços digitais sem a devida autorização do Banco Central para operar transferências via Pix. O grupo criminoso utilizou dez contas bancárias de uma empresa parceira de uma instituição conectada ao SPI, movimentando fundos de origem ilícita.

Em fevereiro, os fraudadores executaram mais de 600 transferências irregulares em menos de cinco horas, totalizando pouco mais de R$ 146 milhões. As autoridades conseguiram recuperar cerca de R$ 100 milhões desse montante, resultando em um prejuízo estimado de R$ 39 milhões. Além de Spalone, Guilherme Sateles Coelho e Jesse Mariano da Silva já se encontram detidos, suspeitos de terem se beneficiado com aproximadamente R$ 75 milhões.

Na sexta-feira 26 de setembro de 2025, Spalone foi parado durante uma escala no Panamá, mas acabou liberado em menos de 24 horas devido à ausência de uma ordem de prisão internacional. Sua defesa declarou ao jornal O Globo que ele era uma pessoa livre para viajar e não possuía qualquer ordem de prisão internacional ou inclusão na Interpol.

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O delegado Paulo Barbosa, chefe da Divisão de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil de São Paulo, destacou que a inclusão do nome de Gabriel Spalone na Difusão Vermelha da Interpol decorreu de uma ação conjunta entre a Polícia Civil de São Paulo e a Polícia Federal do Brasil.

A defesa de Spalone, conduzida pelo advogado Eduardo Maurício, afirma que o influenciador é inocente e planeja reverter a prisão. O advogado informou que já foram apresentadas provas de inocência e que foi solicitado no Brasil a revogação da prisão, aguardando decisão judicial.

Maurício também pretende impetrar habeas corpus perante o Tribunal e apresentar denúncia na Corte Interamericana de Direitos Humanos, com o objetivo de permitir que Gabriel responda ao processo em liberdade. As autoridades investigam a possibilidade de deportar Spalone inicialmente para o Paraguai, país por onde ele teria iniciado a fuga, antes de uma eventual transferência para o Brasil.

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