Em 2023, o Irã declarou que retaliaria caso nações europeias, especificamente o Reino Unido, a França e a Alemanha, tentassem reimpor sanções nucleares. O aviso foi uma reação a um relatório das Nações Unidas sobre o enriquecimento avançado de urânio em Teerã, que o Irã acusou os europeus de tentar “explorar”. De acordo com o Israel National News, a declaração veio logo após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) revelar um aumento significativo no estoque de urânio enriquecido do Irã a 60%, um nível muito próximo do material de grau de armas.
Segundo um relatório confidencial da AIEA, o total de urânio enriquecido do Irã atingiu aproximadamente 9.247,6 quilos, excedendo em mais de 45 vezes o limite estabelecido pelo acordo histórico de 2015.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, comunicou ao diretor da AIEA, Rafael Grossi, durante uma ligação telefônica, que “o Irã responderá a qualquer ação inadequada das partes europeias” em relação ao acordo de 2015.
O trio europeu já havia alertado sobre a possibilidade de reimpor sanções se o programa nuclear do Irã fosse considerado uma ameaça à segurança continental. Araghchi instou Grossi a impedir que “as partes explorem” o relatório do órgão de vigilância nuclear “para avançar seus objetivos políticos”.
Está previsto que o Conselho de Governadores da AIEA revisará as atividades nucleares do Irã em sua próxima reunião trimestral em Viena, começando em 9 de junho de 2023. Relatórios de sexta-feira indicaram que potências ocidentais estão se preparando para pressionar o conselho da AIEA a declarar o Irã em violação de suas obrigações de não proliferação.
Em 2023, o Irã rejeitou o relatório da AIEA, alegando que ele se baseava em “informações não confiáveis e enganosas” fornecidas à agência por Israel. O Irã também afirmou que o relatório da AIEA era “motivado politicamente e repetia acusações infundadas”.
Essa tensão crescente ocorre em meio a negociações contínuas entre o Irã e os Estados Unidos para um novo acordo nuclear. Araghchi confirmou ter recebido “elementos” de uma proposta dos EUA para um potencial acordo nuclear após cinco rodadas de discussões mediadas por Omã. Ele afirmou que a resposta do Irã seria “em linha com os princípios, interesses nacionais e direitos do Irã”.
