O Irã demonstrou disposição para reduzir significativamente seu programa de enriquecimento de urânio, numa tentativa de impedir que o Reino Unido acione a reimposição de sanções das Nações Unidas. De acordo com o Israel National News, essa decisão visa aliviar a pressão ocidental e evitar novas ações militares por parte de Israel ou dos Estados Unidos.
Ali Larijani, recentemente nomeado secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, lidera os esforços internos para baixar os níveis de enriquecimento de 60% para 20%. Sob o acordo nuclear de 2015, o Irã havia concordado em restringir o enriquecimento a 3,67%. As atividades atuais de enriquecimento, que se aproximam de níveis de armas, têm gerado sérias preocupações entre as potências ocidentais.
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Segundo o Israel National News, Larijani enfrenta resistência do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), mas há uma disposição cautelosa entre a liderança do regime para reengajar-se diplomaticamente. Os signatários europeus do Plano de Ação Conjunto e Compreensivo de 2015 — Reino Unido, França e Alemanha — deram ao Irã até o final de agosto de 2025 para retornar às negociações. A não observância desse prazo pode levar à invocação da cláusula de “retorno rápido” do acordo, que permite a rápida reinstauração de sanções.
Essa cláusula está prevista para expirar em outubro de 2025, após o que novas medidas exigiriam a aprovação da ONU, sujeitas a possíveis vetos da China ou da Rússia. O Ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, tem mantido contato com seus homólogos europeus para discutir o assunto, com uma reunião agendada para a próxima semana. Apesar das críticas públicas às ameaças ocidentais, o Irã sinalizou que permanece aberto a soluções diplomáticas.
As tensões internas na República Islâmica se aprofundaram, com elementos reformistas pressionando por uma redução do enriquecimento em troca de alívio das sanções, enquanto os linha-duras argumentam que tais concessões traem os interesses nacionais. O Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, enfrentou críticas de facções conservadoras sobre sua abordagem à política externa.
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Enquanto isso, o Irã intensificou os exercícios militares e enfatizou sua prontidão para o conflito, com altos oficiais militares reiterando que uma postura de defesa forte é essencial.