Israel National News / Reprodução

Em 2023, um ataque aéreo de Israel contra membros da liderança do Hamas em Doha, no Qatar, provocou uma onda de indignação na comunidade internacional, no mundo muçulmano e árabe, bem como no establishment de política externa dos EUA. A fúria não se dirigia apenas à habilidade das Forças de Defesa de Israel e dos operadores de inteligência do Estado judeu, nem à disposição do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de desafiar a opinião mundial. Havia também a tentativa de retratar o ataque como a ação de um Estado renegado que explora suas relações com os Estados Unidos, em vez de se comportar como um bom aliado.

De acordo com o Israel National News, a narrativa dominante foi a de que Netanyahu teria enganado ou traído o então presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o ataque aéreo, deixando-o em uma situação constrangedora. No entanto, um fato crucial foi amplamente ignorado pela mídia: os homens que dirigem as operações do Hamas e representam o grupo para o mundo têm sido abrigados de forma aberta e segura no Qatar, um Estado do Golfo.

Os operadores do Hamas e seus diversos funcionários, guarda-costas e familiares, colocados em risco pelos israelenses, são considerados alguns dos criminosos mais vis do planeta, comparáveis ao mentor da Al-Qaeda, Osama bin Laden. O verdadeiro problema não é a violação por Israel das normas internacionais ao tentar administrar justiça sumária aos responsáveis pelos ataques terroristas em Israel em 7 de outubro de 2023, mas sim o fato de que o Qatar, tratado como um aliado confiável pelos EUA, abriga os autores do pior massacre de judeus desde o Holocausto. Além disso, o Qatar financia o terrorismo islâmico e apoia a doutrinação islâmica ao redor do mundo, atuando como um importante apoiador do Irã.

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O Qatar, e não Israel, é o verdadeiro Estado renegado. Uma vez reconhecido esse fato, a questão não é o que os israelenses estavam fazendo para perturbar a paz de um enclave rico em Doha, mas por que a administração Trump parecia seguir os passos de seus predecessores ao tratar os qataris como aliados, em vez de, no melhor dos casos, amigos interesseiros que nunca devem ser confiáveis. Se alguém enganou Trump, foram os qataris, não os israelenses.

As manchetes da mídia liberal mainstream expressaram seu descontentamento com a decisão do Estado judeu de eliminar alguns dos líderes do grupo terrorista em um suposto refúgio seguro, um bairro exclusivo repleto de embaixadas e edifícios residenciais de luxo. A CNN destacou uma citação do primeiro-ministro do Qatar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, chamando o ataque de “terrorismo de Estado”. O Washington Post focou na alegação de que Jerusalém estava agindo como um Estado renegado, afirmando que “Israel diz que está bombardeando seu caminho para a paz. A região teme mais caos”. O New York Times, por sua vez, revelou uma agenda mais sutil com a manchete “Mais uma vez, Israel deixa Trump no escuro ao conduzir um ataque militar”, destacando não apenas um aparente racha entre Israel e os EUA sobre o incidente, mas também a ideia mais sinistra de que Netanyahu estava enganando seu parceiro estratégico, levando o presidente dos EUA pelo nariz e minando os interesses americanos para avançar seus próprios objetivos sombrios de conquista militar e guerra sem fim.

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