O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, decidiu revogar os vistos dos representantes da Austrália para a Autoridade Palestina. A decisão foi comunicada na manhã desta segunda-feira ao embaixador australiano em Israel.
Além disso, o ministro das Relações Exteriores instruiu a embaixada de Israel em Canberra a revisar cuidadosamente todos os pedidos oficiais de visto da Austrália para entrada em Israel.
Essa medida é uma resposta à decisão da Austrália de reconhecer um “Estado palestino”, bem como à recusa injustificada de conceder vistos de entrada a vários funcionários israelenses, sendo a mais recente a revogação do visto concedido ao deputado Simcha Rothman, que preside o Comitê de Constituição, Lei e Justiça da Knesset.
Sa’ar criticou duramente a situação: “Em um momento em que o antissemitismo na Austrália está fora de controle, incluindo incidentes violentos contra judeus e instituições judaicas, o governo australiano escolheu especificamente agravar a situação ainda mais com falsas alegações, como se visitas de funcionários israelenses perturbassem a ordem pública e prejudicassem a população muçulmana da Austrália.”
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Conforme relatado por Israel National News, no início deste ano, o governo federal da Austrália revogou o visto do empreendedor e palestrante israelense-americano Hillel Fuld, citando preocupações com postagens em redes sociais que, segundo eles, poderiam representar uma ameaça à ordem pública.
Fuld, cujo irmão Ari foi assassinado em um ataque terrorista palestino perto da junção de Gush Etzion em 2018, deveria falar em eventos em Sydney e Melbourne organizados pelo Magen David Adom Australia, mas foi informado do cancelamento enquanto estava no exterior. Sua visita fazia parte de uma turnê global para arrecadar fundos para infraestrutura médica de emergência em Israel.
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Em novembro de 2024, a ex-ministra da Justiça de Israel, Ayelet Shaked, teve a entrada recusada na Austrália. A razão apresentada para a recusa foi a oposição de Shaked à criação de um Estado palestino. Em resposta ao seu pedido de visto, Shaked foi informada de que sua entrada poderia ferir os sentimentos de um grupo diferente no país.
Shaked estava programada para participar de uma conferência da AIJAC entre Israel e Austrália. “A decisão do governo australiano de impedir minha entrada em seu território para participar de um diálogo estratégico entre os países é um claro testemunho de sua hipocrisia e sua atitude hostil em relação a Israel. [É] um governo que alega ser democrático, mas age para silenciar vozes que se opõem à sua agenda pró-palestina extremista”, disse ela na época.