O governo da Jordânia deteve 11 pessoas em uma investigação sobre o financiamento da proibida Irmandade Muçulmana, conforme relatado pela agência de notícias estatal Petranews na terça-feira. A investigação, iniciada em abril, concentra-se na suposta operação de uma vasta rede financeira ilegal pelo grupo.
As autoridades afirmam que a rede arrecadou mais de 30 milhões de dinares jordanianos, o equivalente a cerca de 42 milhões de dólares, de apoiadores dentro e fora do país. Segundo Petra, esses fundos foram acumulados por meio de arrecadações não autorizadas, investimentos e taxas de filiação.
Investigadores alegam que parte do dinheiro foi enviado para o exterior, enquanto outra parte foi usada para financiar campanhas e atividades políticas locais. O relatório também mencionou que fundos mais recentes foram levantados através de campanhas de doação informais e não transparentes que não coordenaram com organizações humanitárias oficiais.
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Em resposta a essas descobertas, o governo tomou várias medidas, incluindo a apreensão de aproximadamente 4 milhões de dinares em dinheiro e a abertura de processos legais contra os indivíduos e entidades envolvidos. Todos os casos relacionados foram encaminhados ao judiciário.
A Irmandade Muçulmana, fundada no Egito em 1928, é um movimento pan-islâmico com braços tanto de caridade quanto políticos. O grupo enfrentou anos de pressão, especialmente após as revoltas da Primavera Árabe em 2011, e foi proibido como “grupo terrorista” no Egito e banido em vários outros países.
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Embora Amã tenha tolerado o braço político do grupo por décadas, o designou como grupo terrorista em dezembro de 2014. Um de seus principais membros foi posteriormente acusado de “deteriorar relações com um país estrangeiro” por criticar os Emirados Árabes Unidos (EAU).
O reino prendeu vários membros do grupo após eles criticarem publicamente o governo por não tomar medidas mais fortes para censurar Israel após a guerra em Gaza no verão de 2014.
O ramo jordaniano da Irmandade Muçulmana rompeu laços em 2019 com o movimento regional baseado no Egito. O ramo jordaniano se opõe ao tratado de paz da Jordânia com Israel e frequentemente organiza protestos pedindo seu cancelamento.