O jornal estudantil Cornell Daily Sun, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, removeu uma ilustração atribuída ao professor Karim-Aly Kassam que mostrava os raios SS nazistas dentro de uma Estrela de Davi ensanguentada, posicionada nas costas de uma figura com mãos entrelaçadas diante de um fundo no estilo keffiyeh.
A imagem, datada de 2024, foi publicada junto ao artigo de opinião de Kassam intitulado “Mil e um olhos por um olho”, que marcou o segundo aniversário do ataque terrorista do Hamas em 07 de outubro de 2023 e acusou Israel de destruição impiedosa e matança.
A editora-chefe Julia Senzon explicou a decisão de remover a imagem, afirmando à Fox News que ela “pode plausivelmente causar dano visceral aos nossos leitores com base no contexto histórico do símbolo ‘SS'”. O artigo foi republicado sem o desenho.
PUBLICIDADE
O texto também comparou a retórica israelense à propaganda nazista, citando uma declaração de um oficial israelense sobre o Hamas e alegando que ela foi aplicada de forma ampla aos árabes palestinos.
De acordo com o Israel National News, o professor de Direito da Cornell, William Jacobson, criticou a publicação, dizendo ao New York Post que a ilustração “reflete a normalização da inversão do Holocausto, tanto na internet quanto agora no campus da Cornell”.
Ele acrescentou: “Está especificamente dentro de uma estrela judaica ensanguentada. Não há reflexão de que esteja relacionada a Israel, e claramente persegue a ideia de que os judeus são os novos nazistas. Acho que é obviamente altamente ofensivo”.
A Universidade Cornell está entre as instituições de ensino superior nos Estados Unidos que enfrentam críticas por sua gestão do aumento do antissemitismo no campus desde o ataque a Israel em 07 de outubro de 2023.
PUBLICIDADE
O incidente mais grave na Cornell envolveu a prisão de um estudante após ameaças de matar judeus no campus.
As mensagens ameaçadoras, postadas em um fórum sobre fraternidades e irmandades, alarmaram os alunos na escola no norte do estado de Nova York e levaram a recomendações para que evitassem o refeitório kosher da instituição.
O estudante, Patrick Dai, posteriormente se declarou culpado de postar as mensagens ameaçadoras. Ele foi sentenciado em agosto a 21 meses de prisão.
Em outro incidente, o professor de História da Cornell, Russell Rickford, foi colocado em “licença voluntária” após uma grande repercussão pública quando foi gravado em um comício anti-Israel fora do campus, elogiando o ataque do Hamas como “exaltante” e “energizante”.
Rickford depois se desculpou por seus comentários e voltou a lecionar na escola no outono passado.
Em abril deste ano, o governo do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, congelou o financiamento federal no valor de mais de 1 bilhão de dólares para a Universidade Cornell.
