Em 2023, durante o Festival de Cinema de Veneza, a jornalista italiana Federica Polidoro se viu no centro de uma polêmica ao dirigir uma pergunta controversa sobre os movimentos #MeToo e Black Lives Matter apenas aos atores brancos Julia Roberts e Andrew Garfield, durante uma entrevista para promover o filme “After the Hunt”. A atriz Ayo Edebiri, que é negra, foi deixada de fora da pergunta, o que gerou acusações de racismo contra Polidoro.
De acordo com o Daily Wire, a pergunta feita por Polidoro foi: “Agora que a era #MeToo e o Black Lives Matter acabaram, o que podemos esperar em Hollywood e o que perdemos, perdemos algo com a era do politicamente correto?”. Apesar de não ter sido direcionada a ela, Edebiri decidiu responder, afirmando: “Eu sei que não é para mim, e não sei se foi intencional que não seja para mim, mas estou curiosa”. Ela continuou, dizendo que acredita que os movimentos não estão concluídos e que há um trabalho importante e ativo sendo realizado por ativistas diariamente.
Julia Roberts concordou com Edebiri, enquanto Andrew Garfield reforçou que os movimentos #MeToo e Black Lives Matter “ainda estão absolutamente vivos, como você diz, talvez apenas não tão rotulados ou cobertos ou amplificados como antes”.
PUBLICIDADE
A reação negativa nas redes sociais foi imediata, com muitos acusando Polidoro de fazer uma pergunta insensível e de excluir Edebiri da discussão. Em resposta à repercussão, Polidoro usou seu Instagram para se defender, argumentando que não existe protocolo que determine a ordem das perguntas em uma entrevista e que censurar ou deslegitimar perguntas consideradas “incômodas” não faz parte da prática democrática.
Ela também rebateu as acusações de racismo, afirmando que já entrevistou pessoas de diversas origens e etnias ao longo de sua carreira e que sua própria família é multiétnica, matriarcal e feminista, com uma história significativa de imigração. Polidoro concluiu dizendo que os verdadeiros racistas são aqueles que veem racismo em todos os lugares e buscam silenciar o jornalismo, limitando a liberdade de análise, o pensamento crítico e a pluralidade de perspectivas.